No Ceará, a falta de reação mais decidida dos meios intelectuais, sobretudo da Universidade, em relação ao projeto de instalação do estaleiro no Titanzinho é sentida como mais uma demonstração da contemporização que esteriliza a consciência crítica. O Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-CE) foi um dos únicos a não se omitir. Isso denota o quanto a nossa sociedade civil ainda é submissa diante do poder do Estado. Examinar as raízes dessa omissão é obrigação dos que têm o imperativo de se posicionar diante das grandes questões do Ceará e do Brasil.
As lutas que vêm pela frente, para fazer avançar o processo de democratização da sociedade brasileira, exigirão o abandono dessa pasmaceira, sob pena de descrédito. Isso é exigido, sobretudo, das universidades públicas, principalmente quando um perigo desse tipo ronda a cidade. Há, ou não, um compromisso da parte delas para com a comunidade que as abriga e sustenta? Ainda bem que a Prefeitura de Fortaleza não se omitiu e não se curvou diante das pressões de cima. É o que tem demonstrado até agora.
Valdemar Menezes -Coluna/ Concidadania - O POVO 16/05
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