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terça-feira, 27 de julho de 2010

Entrevista - Caderno GENTE - Diário do Nordeste

ENTREVISTA - Odilo Almeida

"O IAB defende que haja mais transparência e participação social nessa fase atual de elaboração dos projetos e orçamentos."

O arquiteto Odilo Almeida é graduado pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e pós-graduado em Planejamento e Gestão Ambiental pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). É sócio-proprietário da Métrica Arquitetura e Engenharia e representante do IAB-CE no Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema).

Qual o papel e a responsabilidade do IAB-Ce nas atuais questões públicas de arquitetura e urbanismo?

Como a mais antiga entidade brasileira de arquitetos, o IAB, fundado nacionalmente em 1921 e, no Ceará, em 1957, encara com grande responsabilidade e entusiamo o debate público sobre a relevância da produção arquitetônica e do planejamento urbano das cidades para a qualidade de vida das sociedades humanas. As milenares técnicas construtivas aliadas à arte da arquitetura e do urbanismo, adequadamente aplicados ao espaço construído, proporcionam enormes ganhos de conforto e bem estar, estimulando o desenvolvimento social e humano, além de otimizar o uso racional e sustentável dos recursos naturais.

O IAB divugou uma Nota Pública de repúdio à decisão tomada pelo Congresso Nacional, no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que isenta as obras da Copa 2014 e das Olimpíadas de 2016 da Lei das Licitações. O que provocou essa reação dos arquitetos?

O IAB, a partir de sua Direção Nacional, sediada em Brasília, e através dessa Nota Pública divulgada para todo o país, pretende alertar a sociedade brasileira para ficar vigilante e coibir o mal uso dos recursos públicos durante as obras da Copa. Teremos uma grande oportunidade para melhorarmos a qualidade das cidades brasileiras que tiveram um crescimento enorme e desordenado no último século. O IAB estará vigilante com o intuito de preservar o interesse público para que tenhamos projetos de arquitetura e urbanismo bem elaborados, orçamentos realistas e obras bem feitas e duradouras, contratados com a maior transparência possível e dentro dos prazos necessários para viabilizar a Copa.

Como Fortaleza está se preparando para a Copa 2014?

Está prevista uma grande quantidade de obras de estruturação urbana com um volume de investimentos antes julgados inimagináveis, de cerca de 9 bilhões de reais. Essas obras atingirão os sistemas viário e de transportes urbanos, a requalificação ambiental e urbana de diversas zonas da cidade, a segurança pública, o suprimento de energia e telecomunicações e a infraestrutura turística. Serão obras realizadas pelos três níveis de governo: federal, estadual e municipal, e, em sua maioria, ainda estão em fase de projeto. O cumprimento de prazos é um fator preocupante, todavia, a sociedade civil não deve aceitar que, se deixando para fazer de última hora, se faça mal feito, perdendo essa oportunidade histórica para a melhoria da infraestrutura urbana.

Como o IAB-Ce tem participado destas questões?

O IAB defende que haja mais transparência e participação social nessa fase atual de elaboração dos projetos e orçamentos. Estamos nos organizando para analisar os projetos e colaborarmos de forma propositiva. Durante os próximos anos pretendemos intensificar nossas articulações em todo o país com vistas a garantir a lisura dos procedimentos, a qualidade, sustentabilidade e durabilidade das obras.

Em junho você esteve no 19° Congresso Brasileiro de Arquitetura, em Recife. Quais as novidades do setor?

Com cerca de 3.500 arquitetos e estudantes de arquitetura de todo o país, o 19º CBA destacou como tema a "Arquitetura em Transição", apresentando como principais novidades soluções para projetos com sustentabilidade ambiental e a necessidade de requalificação urbana e ambiental das cidades brasileiras. O congresso aconteceu num cenário otimista devido ao crescimento econômico do país e ao aumento das oportunidades de trabalho dos arquitetos dentro desses novos paradigmas que apontam para a construção de uma nova cidade, com mais harmonia entre os espaços naturais e os espaços construídos e melhor qualidade de vida para as pessoas.

Como é conciliar os compromissos de presidente dessa entidade, que é tão representativa, com os de arquiteto?

É preciso ter consciência social de que é necessário e importante pensar e agir coletivamente. A partir disso, irmanar-se aos valorosos colegas arquitetos de várias gerações que também têm essa consciência e trabalhar sempre em equipe para atender às inúmeras demandas da categoria e da sociedade. É necessária preparação técnica e política por vários anos para enfrentar com determinação e humildade a posição de liderança da categoria.

PAULO ALBUQUERQUE
Publicado no Diário do Nordeste - 25/07/2010

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