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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Poluição que dói na vista do fortalezense

O que era para ser espaço público, acaba virando um grande painel para propagandas irregulares. O POVO percorreu seis avenidas e verificou como a prática está disseminada entre muros, postes e viadutos. A ação é criminosa e contribui para a poluição visual da cidade

Viviane Gonçalves vivi@opovo.com.br


Os postes trazem números de cartomantes. Debaixo dos viadutos, é possível saber quais festas agitarão o fim de semana. E nos muros, ainda é possível saber o número dos candidatos aos cargos políticos da eleição passada. Basta percorrer as ruas e avenidas para verificar como é alto o nível de poluição visual na Capital.

 O POVO percorreu seis avenidas (Antônio Sales, Washington Soares, Eduardo Girão, José Bastos, João Pessoa, Universidade) e constatou o domínio das propagandas irregulares nos espaços públicos. A legislação municipal proíbe a instalação de placas, faixas, cartazes sem a devida licença. Não é o que ocorre na prática.

A aposentada Raimunda Almeida, 68, mora próximo a uma do Metrofor e se incomoda com a situação. Nos muros da avenida José Bastos, cartazes anunciam festas e serviços variados. “Todo dia colocam mais anúncios de festas. E o pior é que eles nem se preocupam em fazer a manutenção, retirando os cartazes antigos. A cidade fica muito feia”, opina.

Debaixo dos viadutos da Antônio Sales e da Pontes Vieira, próximos à avenida Washington Soares, a publicidade já virou parte do cenário. São anúncios que chegam a ocupar quase cinco metros de extensão. Postes de iluminação e fotossensores da avenida João Pessoa são usados como instrumentos de publicidade. Os muros que acompanham o canal da avenida Eduardo Girão, também.

Entre ruas e avenidas é possível verificar também a presença de propagandas políticas. São candidatos que teimam em continuar na memória dos eleitores através de cartazes e pinturas.

Falta rigor e consciência
Para o diretor do Instituto do Arquitetos do Brasil (IAB), Marcus Lima, falta rigor na aplicação da legislação e campanhas de conscientização. “Não dá para distanciar a aplicação da lei à sensibilização da população. Muitos não percebem que o exagero de placas e a sobreposição de informações provocam a degeneração da paisagem urbana”.

Ele acrescenta a importância de se romper o mito que a publicidade compulsória faz parte de uma imagem moderna e desenvolvida. “É justamente o contrário. A cidade tem que se informar, mas existe um nível de conforto visual que deve ser respeitado”, alerta Marcus Lima.


ENTENDA A NOTÍCIA
A falta de conscientização e a pouca aplicabilidade da lei contribuem para a poluição visual da cidade. Basta percorrer as ruas para verificar o uso inadequado de propagandas em espaços públicos.

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Helano Costa, 27 anos, porteiro
 Helano Costa, 27 anos, porteiro

No caminho para o trabalho, o porteiro Helano Costa, 27, já nem percebe mais a quantidade de propagandas espalhadas pelos muros e viaduto da avenida Antônio Sales. “A gente acaba se acostumando com esse cenário feio. O pior é que não existe a mínima conservação dessas propagandas", avalia.
Fonte:  O POVO Online

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