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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Moradores da Baixada reclamam de indenização para deixar suas casas

Moradores de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que vão ter que desocupar as suas casas, estão insatisfeitos com o valor das indenizações para a desapropriação. Segundo eles, o dinheiro não é suficiente. A dupla Felype Bastos e Flávia Freitas, do Parceiro do RJ, visitou alguns imóveis.

As residências estão sendo demolidas para a passagem do Arco Metropolitano, uma via de 145 quilômetros de extensão que vai ligar Itaboraí a Itaguaí, Regiões Metropolitanas do Rio.

Em um local conhecido como Beco 15 de Novembro, no bairro de Figueira, alguns moradores que não têm para onde ir estão preocupados com o valor da proposta. “A indenização foi R$ 15 mil. Não deu para comprar muita coisa. Como eu ia pagar pedreiro? ”, indagou uma senhora.

De acordo com o corretor de imóveis Renato Niedzelski, uma casa popular com quarto, sala, cozinha e banheiro não custa menos de R$ 20 mil. “Com o Arco Metropolitano passando por aqui, os valores da região dispararam”, disse ele.

Um morador disse aos Parceiros do RJ que recebeu uma oferta de pouco mais de R$ 6 mil. “Não aceitamos. Esse dinheiro não dá nem para pagar a mão de obra da construção da minha casa. Eu me sinto lesado”, disse.

Maria de Paula, primeira moradora do local, disse que ficou praticamente a vida toda para construir seu imóvel e que agora ofereceram uma indenização de R$ 21 mil. “Eles disseram que se eu não aceitasse esse valor, iriam derrubar a minha casa e levar minhas coisas para um depósito”, contou.

A moradora também disse que só encontrou imóvel no valor R$ 35 mil e que, mesmo assim, ainda teria que fazer reforma. “Eu não tenho mais condições de começar do zero”, disse ela.

A moradora Rosiléia Vargas recebeu uma proposta de quase R$ 22 mil, mas se mostrou insatisfeita. “Não dá para comprar uma casa nem à beira do rio. Isso aqui é um patrimônio. É uma conquista de uma vida inteira que a gente tem”, disse, emocionada.

Saída seria comprar terrenos
De acordo com Pedro da Luz Moreira, vice-presidente do Instituto de arquitetos do Brasil, a melhor saída para essa situação seria o estado comprar terrenos e oferecer aos moradores através de programas federais de habitação.

“Todas essas grandes obras envolvem um componente social. (...) O estado não pode simplesmente pagar indenização para essas pessoas”, disse.

Indenizações dentro do padrão

Segundo o Departamento de Estradas de Rodagens (DER-RJ), a avaliação dos imóveis dos moradores de Figueira, em Duque de Caxias, são feitas por empresas especializadas no mercado imobiliário. O DER afirmou que não é de responsabilidade do departamento o fato de os moradores não encontrarem casas pelo mesmo preço, próximas à área de demolição.

Sobre a sugestão de comprar terrenos e construir casas para os moradores, conforme sugeriu o vice-presidente do Instituto de arquitetos do Brasil, o DER-RJ informou que essa medida deveria ter sido negociada no início do processo e que agora não tem como tomar outra providência, a não ser pagar as indenizações.

Projeto Parceiro do RJ
Dezesseis jovens foram selecionados para formar o Projeto Parceiro do RJ. O grupo foi dividido em oito duplas, que vão representar e mostrar o cotidiano de oito regiões do Rio e Grande Rio. Em comum, seus integrantes querem mostrar não só as mazelas, mas as coisas boas dos bairros onde moram.

Mais de 2.200 pessoas se inscreveram no projeto. Destes, os escolhidos vão mostrar o cotidiano de Copacabana, Tijuca, Campo Grande, Complexo do Alemão, Cidade de Deus, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e São Gonçalo.

Fonte: G1

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