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domingo, 29 de abril de 2012

IAB incentiva discussões sobre planejamento e reforma sustentável do espaço urbano



Pensar e colaborar com planejamento racional e sustentável do espaço urbano atual. Eis a proposta e o trabalho do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), que já se consolidou, por ser uma das mais antigas entidades representativas no país, atuando hoje em todas as regiões.
Segundo o presidente da entidade no Ceará, Odilo Almeida Filho, em geral o urbanismo não é discutido pelos integrantes das cidades (sociedade civil, iniciativa privada e poder público), devido as suas macroimplicações que demandam trabalho disciplinado para sua resolução. “As pessoas não querem discutir e aí as cidades vão se desenvolvendo de forma desordenada. Dessa forma, quando os problemas começam a aparecer, surgem de forma muito grave, impactando na vida de um conjunto de indivíduos”, comentou.
Fundado no Rio de Janeiro em 1921, o IAB, de acordo com Almeida, tem justamente essa preocupação de interagir com o espaço público a fim de formular propostas para reforma do mesmo, atuando criticamente sobre o desenvolvimento desordenado das cidades.
FUNÇÕES DA CIDADE
Odilo explicou que as cidades têm por preceito proporcionar às pessoas a execução de quatro funções básicas: habitar, circular, trabalhar e recrear. Esses eixos, assinalou o representante, ficam cada vez mais comprometidos à medida que as cidades crescem desordenadamente no mundo. “Atualmente, Fortaleza cresce a uma taxa de 2% ao ano, o equivalente a 500 mil pessoas. Temos a cidade mal construída e com necessidade urgente de reforma”, destacou.
O presidente do IAB no Ceará reiterou que o crescimento exorbitante do volume de ocupação exige uma reforma urbana. “Temos que fazer a reforma urbana, recuperar as áreas degradadas, criar condições de habitação nas áreas periféricas, recuperar o meio ambiente, resolver a questão da relação do espaço construído com os espaços naturais como a zona costeira e simultaneamente planejar o território e as funções econômicas para receber essa população que migra para a cidade”, afirmou.
O tema, apontou Odilo, é pauta mundial devido ao grande contingente populacional que as maiores cidades do mundo passaram abrigar nos últimos tempos. “A ocupação é tão rápida que os mecanismos de planejamento e controle não se adaptaram a essa ocupação”, avaliou.
Assim como ocorre em Fortaleza, Odilo ressaltou que grandes cidades, no decorrer do tempo, passaram a ocupar áreas, que no seu planejamento original deveriam ser preservadas como margens de rios, lagoas e frente marinhas, áreas nobres do ponto de vista paisagístico e ambiental.
INICIATIVAS 
E atuar para organizar a ocupação do ambiente público não é uma missão tão simples. Segundo Odilo, desde 1930 Fortaleza tem um plano diretor a cada nova década. Contudo, mesmo assim, o arquiteto afirmou que o poder público nem bem consegue regulamentar um plano e o mesmo já mostra-se ultrapassado devido à migração urbana.
De acordo com ele, a capital cearense tem sua constituição urbana perpassada pela falta de um planejamento territorial integrado, tendo nascido de uma sucessão de loteamentos que constituíram uma “colcha de retalhos”, hoje desordenada.
Atualmente, uma das iniciativas do instituto é rearticulação do Fórum Adolfo Herbster, realizado desde a década de 1980 para discutir a reforma urbana em Fortaleza. “Queremos que Fortaleza volte a ter um instrumento de planejamento urbano. Sabemos que a prefeitura pretende retomar os serviços de um órgão público, para efetivar e atender essas demandas”, afirmou o representante. 

Outra alternativa, apontada por ele, é a reforma urbana consorciada. Essa reforma consiste na transformação de áreas degradadas, através da parceria entre poder público e iniciativa privada, sendo função do primeiro criar novas regras para uso da região, e da segunda investir e ter retorno econômico com a valorização desses locais. “A reforma urbana é urgente, se os gestores públicos, os profissionais e a sociedade não pensarem ela agora, alguém no futuro vai pagar caro por isso”, enfatizou.

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