A Zé Renato Cirino Nogueira
Era um arquiteto que ainda desenhava à mão. Dono de um pequeno escritório, onde praticamente trabalhava sozinho, elaborava com esmero projetos de pequenas construções. Há décadas, concluíra seu curso com louvor, sendo apontado à época como uma das grandes promessas do métier. Contudo, o tempo, ingrato, mostrou-lhe seu devido lugar: de origem humilde e sem os tão preciosos contatos com gente de dinheiro ou influente, sobraram-lhe apenas as singelas encomendas. Mesmo assim, não reclamava e procurava fazer o melhor possível. Comparava-se a um “dentista de bairro”, a quem não faltava trabalho, mas sempre de escala diminuta. “Que importa”, dizia, “o importante é colocar a arquitetura a serviço do bem estar das pessoas, o resto é paisagem”.
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