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terça-feira, 12 de maio de 2015

Falta de segurança em praça afasta frequentadores

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De acordo com moradores do bairro, cerca de 20 pessoas estão ocupando a praça e fazem todas as necessidades fisiológicas no local. A venda e o uso de drogas acontecem até durante o dia
Fotos: Lucas de Menezes
Considerada o coração do bairro Benfica, a Praça da Gentilândia encontra-se abandonada pelo poder público. O cenário é desolador. Em vez das tradicionais rodas de conversas de universitários e moradores, o que predomina é a sujeira, depredação, iluminação precária, insegurança, podas de árvores por fazer, livre utilização de drogas e pessoas em situação de rua ocupando o espaço. Lá mesmo, eles realizam as necessidades fisiológicas. Alimentam-se, ingerem bebidas alcoólicas e fazem sexo. Ontem, 11h, a reportagem flagrou homens usando drogas em bancos, quase todos deteriorados.
Uma rede improvisada entre duas árvores, ao lado da quadra de futebol, e muitos colchões espalhados por toda a praça são os sinais de que ali residem pessoas. O banheiro é improvisado com papelões. Volta e meia, relata uma moradora que prefere não se identificar, o grupo se desentende e iniciam-se brigas enormes, com facas e pedras. Quem viveu os tempos áureos do logradouro lamenta pelo que ele se tornou. Nem mesmo quem reside em frente à praça tem coragem de frequentar o local. Desconfortáveis com a situação, os moradores permanecem presos dentro da própria casa, sem poder desfrutar do espaço de lazer ao qual dispuseram outrora.
"A praça está abandonada. Não tem iluminação, não tem policiamento. Depois do almoço, eles se deitam, mais de dez, e ficam usando drogas, brigando, fazem xixi na porta das casas. Eles moram aqui, fazem fogo para cozinhar alimentos. Tem horas que a gente só falta não aguentar a fumaça. Temos que ficar trancados em casa vendo eles revirarem o lixo", revela uma moradora. Ela conta que frequentava a praça, fazia atividades físicas. "Hoje, se for me exercitar, sou assaltada", diz.
Outro antigo morador comenta que há mais de 20 pessoas residindo no logradouro, entre homens, mulheres e crianças. "Moro em frente, mas não frequento a praça. Não tem nenhuma condição. É muita sujeira, muita droga", reclama. Um outro critica o grande número de assaltos, não só na praça, mas em toda a redondeza. "À noite, não tenho nem coragem de pisar aqui. A venda de drogas está praticamente liberada".
Expansão
Romeu Duarte, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), comenta que a situação do Benfica é resultado da expansão de Fortaleza para a região sul, possivelmente a primeira ampliação da cidade antes da Jacarecanga, tendo como começo a linha do bonde.
Ele conta que o bairro foi organizado em chácaras por famílias que vinham do Interior e tinham bastante dinheiro. Lá, elas puderam morar em casas grandes, criar gado. Hoje, poucas restaram. "Aquele pedaço onde está a Praça da Gentilândia era um loteamento do coronel Gentil. Ele construiu aquelas casas e, no meio, existiam as praças, como espaço de convivência", diz.

 


Fonte:Diário do Noredeste

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