Às vésperas de votar sobre o tombamento da Praça Portugal, o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (Coepa) sofreu mudanças em sua composição. Segundo defensores da preservação do equipamento urbano, na Aldeota, a ação é manobra para garantir derrubada da proposta - que deve entrar na pauta de votação do grupo hoje, às 9 horas, durante reunião.
Foram substituídos quatro representantes de órgãos no Coepa. E seis novos conselheiros foram nomeados para o grupo. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado da última segunda-feira, 15. A mudança foge do padrão do conselho: nos últimos dois anos, apenas uma substituição de membro tinha sido feita.
O Coepa vota hoje ação do vereador João Alfredo (Psol) que pede estudos de tombamento da Praça Portugal. “Com essa mudança, o Governo deixa claro que fez um jogo para derrubar qualquer possibilidade de estudo de tombamento da praça e garantir a destruição”, critica o vereador.
Entre órgãos que tiveram representação trocada, está a Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE). No lugar de Lucas Guerra, secretário-adjunto da Comissão de Direitos Culturais da entidade, foi nomeado o advogado Pedro Bruno Amorim, que não integra a comissão e já havia votado contrário ao tombamento da praça no Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (Comphic), em julho do ano passado. Na ocasião, o Comphic - órgão equivalente ao Coepa no nível municipal - rejeitou o tombamento. A votação terminou em nove votos contra oito, com apenas um dos representantes da sociedade civil votando contra o tombamento.
Também foram alterados representantes da Associação de Prefeitos do Estado do Ceará e da Procuradoria Geral de Justiça.
Praça Portugal
A Prefeitura de Fortaleza anunciou, em 2014, projeto para criar um cruzamento no local onde está a Praça Portugal. A obra, segundo anunciado à época, seria necessária para garantir o fluxo no binário das avenidas Dom Luís e Santos Dumont. Encontros já foram realizados pelo Coepa para escutar opiniões do poder público e de entidades contrárias às modificações. Hoje será apreciada novamente a questão.
O POVO tentou entrar em contato com a assessoria de imprensa do Governo do Estado para comentar o caso, na noite de ontem, mas as ligações não foram atendidas.
Fonte: O Povo
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