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sexta-feira, 31 de julho de 2015

A ruína do Centro de Fortaleza (Editorial do jornal O Povo)

Hoje, a nossa mais importante referência urbana se assemelha a um grande feirão.
A degradação do Centro de Fortaleza começou no momento em que as principais instituições públicas do Ceará começaram a mudar suas sedes para outros bairros. A primeira mudança ocorreu em 1963, quando o Palácio da Luz deixou de ser a sede do Governo e residência do governador.
De lá para cá, o processo de degradação do Centro foi célere. Na sequência, saíram do Centro a Assembleia Legislativa, a Câmara de Fortaleza, a sede do Judiciário, a sede do Banco do Nordeste e mais uma série de estruturas administrativas estaduais, municipais e até federais.

Cite-se que a sede da Prefeitura chegou a ficar fora do Centro por anos até retornar em janeiro de 2010. Sem as estruturas públicas, ocorreu paralelamente um significativo esvaziamento residencial da área. Um pouco de visão e apego à nossa História teria evitado essa dispersão que abriu o flanco para o Centro entrar em um óbvio processo de decadência de difícil solução.

Hoje, a nossa mais importante referência urbana se assemelha a um grande feirão. Desorganizado, deteriorado, com vias privatizadas e praças ocupadas por sem tetos, o Centro agoniza. Porém, ainda pulsa pelo vigor econômico do comércio regular que resiste e o irregular que só aprofunda a ruína da área.

Está claro que as autoridades municipais não sabem como lidar com o comércio irregular que toma as ruas e passeios de assalto, privatizando-os. Uma visão populista impede o município de tomar atitudes drásticas com base no conjunto de leis vigentes.

De vez em quando, há o registro de tentativas de impedir o funcionamento de feiras que ultrapassam os limites da área pública permitida. Nos últimos dias, ocorreram dois confrontos, mas, logo depois, tudo continuou como antes e os feirantes não são importunados.

Nesses casos, muito mais eficiente do que a repressão policial militar seria a ação da polícia civil, com investigações, inquéritos e denúncias judiciais contra os líderes das invasões. Em paralelo, a Prefeitura estimularia a inciativa privada a construir espaços formais e adequados para que esse dinâmico comércio possa gerar bons frutos para a cidade e não a sua ruína urbana.
Editorial do jornal O Povo em 31 de julho de 2015

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