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sexta-feira, 3 de julho de 2015

Demetre Anastassakis defende flexibilização do Minha Casa, Minha Vida





Em entrevista ao blog Estadão Rio, do jornal Estado de S.Paulo, publicada no dia 29 de junho, o arquiteto e ex-presidente do IAB Demetre Anastassakis defendeu uma maior flexibilização do programa Minha Casa, Minha Vida para que as famílias tenham mais opções de escolha. Para o urbanista, o cidadão deve ter também o direito de escolher onde e como morar. Confira trechos da entrevista abaixo.

Quais suas principais sugestões para o Minha Casa Minha Vida 3?

Para mim, o maior problema é que não temos o direito do consumidor consagrado. Você se inscreve, e a prefeitura sorteia se você vai morar na Pavuna ou em Campo Grande (bairros da periferia carioca). Você não escolhe o modelo, o bairro da sua preferência. Você pode ser pobre, mas tem direito de escolher sua TV, seu carro, sua calça jeans. Por que não pode escolher a habitação? Essa lista de inscritos é uma coisa amorfa até que os inscritos são sorteados. Por que não fazemos como no Minha Casa Minha Vida Entidades (modelo em que os movimentos sociais são os gestores, escolhem o terreno, o projeto, a construtora)? Se o empresário inventar um empreendimento em lugar ruim, ninguém vai se inscrever, não acontece. Se inventar um empreendimento em Madureira (bairro popular da zona norte), vai chover gente. O que eu brigo é para empoderar o consumidor.

Concorda com a criação de uma faixa entre a primeira e a segunda, para famílias com renda de pouco mais de R$ 1.600 mensais?

A faixa intermediária surgiu para equacionar um gap econômico. Um casal que ganhe junto pouco mais de R$ 1.600 mensais está fora da faixa 1, onde as famílias pagam em torno de R$ 50 (de prestação ao governo). Na faixa 2, o valor pula para cerca de R$ 300. A diferença é muito grande e deixa fora uma grande parte da população. Agora poderá haver um faixa em que o morador paga em torno de R$ 80 ou R$ 100, não sei quais serão os valores. É vantagem. O aluguel na favela custa R$ 500.

Outra preocupação é com insegurança, invasão de casas, grupos criminosos que passam a comandar os condomínios. Como atacar o problema?

Boto o dedo na ferida de novo. Se um cara é sorteado e não tem vínculo nenhum com o sorteado vizinho, que coesão social eles têm? Quando é um grupo que decidiu morar ali junto, porque é da mesma igreja ou do mesmo sindicato, há coesão. Não dá para escolher por sorteio. As construtoras reagem, porque tudo que for mais complicado pode atrasar. Mas a construtora não vai resolver o problema social, tem que ser o governo. A prefeitura tem que fazer um trabalho social legal, mas com moradores coesos.


Fonte: IAB Brasil

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