Fortaleza, a partir da 0 hora da próxima terça-feira, 7, terá greve dos motoristas e cobradores de ônibus. Após duas assembleias, realizadas na manhã e na tarde de ontem, a categoria decidiu paralisar as atividades por tempo indeterminado.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Ceará (Sintro), Domingo Neto, afirmou que uma carta aberta será distribuída nos terminais da Capital para divulgar à população o início da greve.
“O sindicato dos trabalhadores está aberto, até a próxima terça, para negociar com as empresas. Não é só salário. O que mais aumentou para o trabalhador foi custo com alimentação, gastos em casa com energia, água, combustível. Eles (empresários) querem dizer que o Brasil está em crise - e a culpa é dos trabalhadores?”, questiona.
Negociações
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), Dimas Barreira, defende que não existem motivos para que sejam paralisadas as atividades. “Não tem nem um ano que tivemos uma negociação bastante favorável para os trabalhadores. Eles não tiveram qualquer tipo de perda salarial e, nas duas últimas negociações, tiveram também um ganho real bastante favorável”, informa.
“Ao que me parece, o Sintro não está disposto a negociar. Voltaram para a mesa de negociação, após duas rodadas, com o mesmo valor inicial da proposta”, avalia o presidente.
Motorista de ônibus há 28 anos, Leonardo Júnior questiona onde está a crise alegada pelos empresários do setor. “As pessoas estão sempre usando o serviço, não diminui a circulação. Pelo contrário, a gente faz os mesmos horários e cada dia carrega mais gente. É um ramo que não tem crise”, opina.
Em junho, os motoristas promoveram paralisações nos terminais do Siqueira, Papicu, Antônio Bezerra, Lagoa e Messejana. No total, foram realizadas oito rodadas de negociações sem acordo.
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) comunicou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só se pronunciará quando tiver a notificação oficial da paralisação.
Veja vídeo das votações das assembleias em dailymotion.com/opovo
Saiba mais
Os trabalhadores pedem reajuste salarial de 13%, vale-alimentação de R$ 13, cesta básica de R$ 130 e redução do intervalo de lanche e descanso para 30 minutos. Atualmente, o tempo é de uma a duas horas.
A proposta do Sindiônibus, além da manutenção dos demais benefícios, é de 8,34% de reajuste no salário, o que elevaria, segundo os empresários, o rendimento mensal do motorista para R$ 1.787,61.
Em 2014, Fortaleza não teve greve dos motoristas. A paralisação, prevista para começar no dia 16 de junho, foi descartada após trabalhadores aceitarem as propostas do Sindiônibus.
Fonte: O Povo
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