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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Alexandre Landim escreve ao blog do IAB-CE

Prezados Leitores do Blog do IAB/CE,

Eu, Alexandre Landim Coordenador da Equipe da ARCHITECTUS segundo colocado no concurso da BEIRA MAR DE FORTALEZA, venho através deste esclarecer alguns aspectos veiculados neste BLOG.

1 – DA IDONEIDADE DO CONCURSO


Consideramos qualquer comentário sobre a lisura do concurso ALGO MALIGNO, DESCABIDO, IMATURA E COMPLETAMENTE ABSURDO.

1.1. Em primeiro lugar conhecendo a pessoa do arquiteto RICARDO HENRIQUE MURATORI, HOMEM ÍNTEGRO, na verdade UM EXEMPLO DE PROFISSIONAL E SER HUMANO, onde a ÉTICA E DEDICAÇÃO AO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DA ARQUITETURA SÃO UM GRANDE EXEMPLO A SER SEGUIDO. Vale ressaltar que o mesmo já ganhou vários outros concursos (salvo engano cinco) tendo sido menção honrosa em vários outros, o que não deixa nenhuma dúvida sobre o seu talento e a qualidade indiscutível do seu trabalho. Este jamais se prestaria a destruir uma carreira construída nos mais rigorosos princípios éticos e muito trabalho.

1.2. Sobre o arquiteto Fausto Nilo, este um grande conhecedor da cidade de Fortaleza, um profissional de imenso conhecimento, algumas vezes sujeito à polêmicas como todos aqueles que exercem a arquitetura de forma pública, pois nossa obra está posta como argumento definitivo diante dos críticos sem podermos nos defender dos processos muitas vezes ingratos de projeto.

1.3. E para refutar qualquer comentário da lisura do concurso, qualquer pessoa em sã consciência sabe que profissionais do timbre da Rosa Grena Kliass, Fábio Penteado, Matheus Gorovitz, já mais sairiam de suas cidades para legitimar algo ilícito, pois mais que tudo todos tem um nome e uma reputação a zelar. Conhecendo a postura profissional e a integridade do professor Roberto Castelo que transmitiu seu conhecimento a diversos profissionais (inclusive a nossa equipe) que hoje exercem a arquitetura, jamais duvidaríamos de sua postura bem como da postura ética dos demais membros do seleto júri.

2 – O PORQUÊ DO RECURSO

2.1. Entramos com o recurso pela defesa do nosso Direito e de todos aqueles que, de uma forma ou outra, se sentiram prejudicados pelo não cumprimento do Edital por parte de qualquer envolvido, júri ou participante. Muitos participantes desistiram por não aceitar as imposições do EDITAL, outros foram desclassificados por não atender ao edital. Nós trabalhamos muito para cumprir com o EDITAL, procuramos soluções que talvez não sejam as melhores, mas sempre em busca de atender a Lei que regia o certame.

Consideramos um absurdo, um desrespeito a todos os profissionais estas colocações que muitos me fazem: “QUEM GANHA CONCURSO É QUEM FOGE AO EDITAL”, isto é uma agressão ao direito individual, ou exercício da profissão, um desrespeito aos demais participantes e uma afronta a Lei. È como se a comissão julgadora fosse superior a Lei. Muitos falam: “a comissão é soberana”, e o é, mas dentro dos limites da LEI. Pode-se conceber juízes ou tribunais julgarem por que acham o que é mais correto e não baseados no que a LEI determina? Cada um poderia fazer e julgar dentro de suas próprias convicções e a LEI não seria mais necessária.

Parece-me prática comum por parte da comunidade de arquitetos aceitar essa situação de desrespeito à legalidade como algo normal. ENFATICAMENTE NÃO O É. Resta aos organizadores elaborarem melhores editais, terem em seu corpo técnico de julgadores conhecedores dos procedimentos tanto arquitetônicos quanto legais, para defender o direito de todos os envolvidos.

No caso do concurso da Beira-Mar de Fortaleza, acredito que um parágrafo único como regra no qual se deixava livre as idéias teria sido a solução, mas não o foi. Ao contrario, se estabeleceram varias regras, diversas perguntas feitas ao longo do processo foram respondidas alegando que a resposta estava no EDITAL, que o EDITAL deveria ser seguido, etc,etc.

3 – SOBRE CONCURSO.

Somos totalmente a favor dos concursos, pois acreditamos que a cidade e a população são os maiores beneficiados, mas concursos com regras estabelecidas e que sejam validas para todos e claro com editais bem elaborados.

4 – SOBRE O PRONUNCIAMENTO DO IAB/CE

Sobre a resposta do IAB/CE consideramos que seguiu o mesmo erro da ATA de julgamento e dos comentários públicos proferidos pelo seu presidente e coordenador a época, tentando defender ou descontextualizar as claras demandas do EDITAL como se tais fossem meras frivolidades, paradoxalmente posição contrária ao que era defendido inicialmente. Não estamos tratando da qualidade do projeto arquitetônico ou urbanístico, estamos defendendo o cumprimento da LEI, que neste caso é o EDITAL.

5 – SOBRE A BUSCA PELO DIREITO


Nós arquitetos somos profissionais com grande preocupações éticas, na verdade onde o discurso prevalece mais que nossas ações, pois somos uma classe das mais vaidosas e que temos grande dificuldade de ouvir opiniões e refutamos qualquer critica. Além de ser uma classe desprovida de representatividade. Muitos dos colegas com os quais venho conversando ficam questionando nossa postura de buscar nosso direito, pois este é um dos principais problemas da nossa classe, passiva e mal organizada. Buscar nosso direito dentro dos princípios da justiça não é antiético. Onde prevalece o ideal de justiça prevalece o comportamento ÉTICO.

5 – POR FIM.

Parabenizo o IAB/CE pela elaboração do concurso. Agradeço a todos aqueles que nos parabenizaram e nos apoiaram.

Gostaria de aproveitar a oportunidade para expor nossa situação: as circunstâncias pessoais entre membros da nossa equipe e da equipe nomeada em primeiro lugar tornou nossa decisão de lutar pelo nosso direito algo muito mais difícil e sofrido, até de maneira não consensual, mas que fique bem claro que estamos lutando não contra o primeiro colocado, mas sim na busca da justiça, na defesa do direito que nos é devido e a todos os demais participantes.

Espero, que, finalmente, todas as leviandades, acusações e comentários colocados de neste BLOG sejam objeto de moderação por parte do seu controlador, sob pena de causar danos irreparáveis às pessoas de dignidade e reputação ilibada que construíram sua carreira pautada na honestidade, como o citado Ricardo Muratori, parceiro, colega e profissional do qual me orgulho de haver trabalhado em diversos projetos, tendo aprendido muito sobre arquitetura e postura profissional.

ALEXANDRE LANDIM

8 comentários:

  1. O espaço ou cyber espaço do Blog do IAB/CE está aberto a quem quiser se manifestar sobre os temas. Aproveitando o ensejo acho que deveríamos discutir os concursos de arquitetura/ urbanismo ou os concursos de arquitetura/ urbanismo organizados pelos IABs em todo o Brasil e como devemos aprimorá-los.

    Na minha opinião o concurso é a forma mais democrática de participação em nossa profissão e também um momento de crítica e autocrítica do que realizamos como conjunto da profissão e como autores, quer participam com suas idéias de um processo comporativo de conteúdos.

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  2. Por outro lado, os concursos são um meio de também dimensionar, balizar e registrar valores de nossas contratações. Importantissimo, por sinal. Através dos concursos podemos fortalecer a criação e consolidação de Tabelas de Honorários Profissionais, notadamemente dos serviços de Urbanismo e Paisagismo, como de projetos de Edificações e outros.

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  3. BARBOSA, Marcelo; CORBUCCI, Jupira. "Concursos Públicos de Arquitetura e Urbanismo. Sugestões para mudanças". Drops, nº 12.01. São Paulo, Portal Vitruvius, ago. 2005 .

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  4. Vejam lá parte do texto de sugestões de Marcelo Barbosa e Jupira Corbucci, ambos de São Paulo.

    "Para isso propomos aqui algumas sugestões:

    • Soberania do júri (procedimento já existente).
    • Publicação obrigatória da data do júri, composição e função de cada membro (procedimento já existente).
    • Estabelecimento de maior proporção de membros do IAB nas comissões julgadoras (ao menos 80%). O representante do cliente poderia, aliás ser uma só pessoa, aquela que defende os aspectos funcionais e financeiros dos projetos propostos.
    • Introduzir a presença obrigatória de auditores externos nos trabalhos do júri (por exemplo, um advogado e um arquiteto).
    • Presença de público nas sessões de análise do júri (sem direito à palavra).
    • Obrigatoriedade de apresentação oral dos projetos na segunda fase.
    • Quando se escolhem trabalhos que devem ser desenvolvidos na segunda fase, o júri obrigatoriamente publicará críticas individuais aos candidatos, divulgadas a todos os concorrentes".

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  5. O que se discutiu, pelo menos nos últimos e-mails, não foi a boa-fé de um júri, mas o modo de operar, o julgamento. Está muito confuso isto aí. E se causa confusão é porque não está bom. Então que possamos todos - com este episódio - aprender a fazer concursos e elaborá-los de forma exemplar.
    Num passado não muito distante o nosso Estado obteve destaque com sua escola de arquitetura, algo que já não presenciamos há muito tempo. Poderíamos reeditar estes bons tempos e assumir um papel novamente importante, não transpondo apenas os modelos externos, mas, aprendendo com estas experiências e desenvolvendo o nosso próprio modelo. Este procedimento de apresentar um edital e logo em seguida "ignorá-lo" apoiado no conceito de um concurso de idéias já deveria ser o primeiro ítem a ser alterado.
    Não se discutiu também, nos últimos e-mails, a qualidade profissional dos envolvidos nos trabalhos finalistas.
    O universo da arquitetura e de outras atividades que têm um pé nas manifestações culturais não é notabilizado por afeição a crítica. Nenhum de nós (já arquitetos ou estudantes) fica a vontade com este tipo de coisa. Não tem jeito, é como passar o dia andando com uma pedra no sapato. No entanto, me parece que a inexistência de uma crítica(*) não tem resultado em final feliz para nossa cidade. Vivemos rodeados de arquitetura sem valor arquitetônico, valor este que nem os arquitetos conseguem mais identificar. Estamos todos entorpecidos. Parece o fim do mundo.

    (*) Crítica feita bom gente boa no assunto. Onde estão eles? Não estão nos jornais nem nas vitrines que são hoje campo de uma arquitetura de pensamento ignóbil.

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  6. Infelizmente são essas pessoas, que deixam passar um projeto cheio de erros ao edital, que deixam nossa imagem, a de brasileiro, como o país do jeitinho, dos "malandros", do QI (quem indica), o "jeitinho brasileiro".
    Depois a gente fixa as barracas com super bond, quebra o projeto que barra a visão do mar, damos um jeito...

    Enfim, concordo com Sales em ao menos dois pontos: maior percentual de membros do IAB no juri, e presença de público nas análises.

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  7. Caro Guilherme Studart

    As colocações foram feitas pelos colegas Marcelo Barbosa e Jupira Corbucci, ambos de São Paulo.

    Mas uma coisa tem ficar bem clara à todos nós: os concursos tem que ser preservados como instrumento de qualificação da profissão. Temos ganhos da formulação de propostas que são visibilizadas por todos, ganhos maiores ainda nos debates resultantes dos mesmos e na interação com a sociedade, o que nos permite sair dos nossos escritórios - cásulos e expor claramente nossas proposições. E existem ainda outros ganhos maiores ainda na consolidação do pradrão de remuneração da profissão: os projetos oriundos de concursos são pagos conforme as tabelas de honorários. São exceções quanto remuneração, de fato.

    Devíamos abrir uma temporada de discussão sobre concursos. Sentar todos nós aqui, no nosso Ceará, convidar os colegas de outros estados e absorver as experiencias nacionais, criando roteirizações próprias e todo o universo que isto propicia. O IAB/ CE tem que ter este compromisso.

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  8. Caros colegas

    Estou com o encargo da curadoria da montagem das exposições - Dragão/ Unifor/ Fanor e UFC - e publicação resultante do concurso. Poderíamos sentar e definir uma padronagem de debates, também.

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