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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Governador apresenta projeto do estaleiro




O governador Cid Gomes apresentou ontem o projeto do estaleiro ä imprensa e informou que o Estado será sócio do projeto caso ele seja mesmo instalado no Ceará, mais exatamente na praia do Titanzinho. De acordo com Cid, em negociação com o empresário Paulo Haddad - controlador da empresa PMJR, que deverá tocar a obra - ficou acertado que a cada R$ 2 investidos pelo Estado em infraestrutura, R$ 1 será transformado, como contrapartida, em capital acionário do estaleiro Promar Ceará, que deverá construir oito navios gaseiros.

A estimativa é de que o Ceará entre com R$ 60 milhões para viabilizar infraestrutura para instalação do empreendimento - que acabariam convertidos em R$ 30 milhões em ações. O valor corresponde a cerca de 15% de tudo que será investido no empreendimento, avaliado em US$ 110 milhões.

Seguro da importância e da viabilidade do estaleiro, Cid rebateu cada uma das críticas que estão sendo apresentadas contra o local escolhido. ‘’Não existe mais a alternativa Pecém. É essa (Titanzinho) ou nada’’, afirmou Cid ao jornal O Povo.

Ele argumenta que os outros locais cotados dificultariam o empreendimento. Caso fosse instalado no rio Ceará, haveria problema de dragagem no local. Já se fosse para o porto do Pecém, seria necessário gastar R$ 300 milhões para escavar o local e se chegar à profundidade ideal. Ele acrescentou ainda que o aterro previsto para o Titanzinho utilizará areia do fundo do mar do próprio local, não prejudicando a área de praia.

Na avaliação de Cid, a praia do Titanzinho não será afetada negativamente com a instalação do estaleiro, como afirmam a Prefeitura e também líderes da comunidade. O governador ressaltou que na primeira fase do empreendimento, serão gerados 1,2 mil empregos diretos e 5 mil indiretos, acrescentando, no entanto, ‘’não ser daqueles que quer emprego a qualquer custo’’.

O governador se diz disposto ao diálogo e espera que alguém apresente um real obstáculo para a construção do equipamento naval. Até agora, segundo Cid, isso não aconteceu. “Se me provarem que a ideia não é boa, perdemos milhares de empregos, mas economizo R$ 60 milhões’’. Ele assegura, por exemplo, que nenhuma casa será removida do Serviluz. Em relação ao argumento de que a prática do surfe será extinta por causa do estaleiro, ele explica que o quebra-mar existente - que possibilita o esporte - será apenas estendido em mais 700 metros. ‘’É só nadar um pouco mais’’.

CONTRAARGUMENTAÇÕES

1. ''O problema da implantação do estaleiro no Serviluz é a intromissão de uma imensa planta industrial em uma área que requer um amplo processo de reorganização física e programática e de inclusão social, com benefícios para comunidade e a cidade, além de se instalar entre os dois braços do litoral de uma cidade turística. Há posições conflitantes, não só da PMF: o ministro dos Portos, Pedro Brito, anunciou a construção de um terminal marítimo próximo ao novo estaleiro.

Como poderão conviver esses dois equipamentos juntos?

Temos que convencer a opinião pública de que o porto turístico é o do Mucuripe e o de trabalho é o do Pecém.

Como seria o retroporto do estaleiro? Os desenhos apresentados não trazem qualquer benefício para o Serviluz. Mais uma vez, a proposta de se criar empregos é colocada como algo com o qual não se pode argumentar contrariamente’’.

Arquiteto Romeu Duarte
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2
. ‘’Estamos mesmo na contramão da História do Urbanismo por aqui nesta terrinha de Tapebas e Anacé. Em todo o mundo ‘pipocam’ propostas de requalificação urbana e ambiental de entornos portuários, de portos situados em situações urbanas densas, como é o nosso caso, tal qual aconteceu na experiência pioneira do Inner Harbour/ Baltimore, no início da década de 1950.

E todas estas passaram a ser modelos de referência, por trazer imensas melhorias às cidades onde estão implantadas, além de desenvolvimento urbano e imobiliário: Darling Harbour/ Sydney, Puerto Madero/ Buenos Aires, Gran Bigo/ Porto de Genova, Battery Park/ New York, Parque Expo/ Parques das Nações/ Lisboa, Toronto Waterfront/ Toronto, Downtown Vancouver Waterfront/ Vancouver, Embarcadero Center/ San Francisco, Marina Bay/ Singapura, Kings Waterfront/ Liverpool, Marina Porto Marseille/ Marseille, Waterfront Yactch Club Panamá/ Ciudad Panamá, Novo Macau/ Macau. Tanto que aqui no Brasil estão sendo adotadas no Rio de Janeiro e no Projeto Recife/ Olinda. Enquanto isto em Fortaleza...... se considera modernidade e desenvolvimento.’’

Arquiteto José Sales
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3. ‘’Acresceria mais dois exemplos no Brasil: aqui, em Porto Alegre, onde estou agora, onde os armazéns, vizinho ao antigo Gasômetro, serve de palco para o Fórum Social Mundial, e Belém do Pará (edição anterior do FSM), que fez uma bela requalificação da Estação das Docas, integrando-a ao Ver-o-Peso’’.

Vereador João Alfredo

Um comentário:

  1. "Ele acrescentou ainda que o aterro previsto para o Titanzinho utilizará areia do fundo do mar do próprio local, não prejudicando a área de praia."
    Este é um exemplo de despreocupação ambiental.
    Como fica a situação do mar nesta região? Existe estudo ambiental para mitigar estes impactos?
    E... Cadê os estudos de impactos ambientais? Será que as soluções de redução dos impactos não transformem este "econômico" projeto em um investimento mais caro do que o que poderia ser instalado no Pecém?
    É preciso discutir, mostrar o projeto e colocar em dicussão para que a comunidade analise em conjunto com as autoridades as melhores soluções.
    Sim, somos favoráveis a instalação de um estaleiro na cidade, desde que seja instalado no local mais adequado, respeitando a sociedade,cidadãos e meio ambiente.
    Arquiteta Maria Inés Viviana de la Quintana B. Bandeira, Coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da FANOR

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