O Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Ceará (IAB-CE) deu início nesta semana aos estudos acerca do projeto de instalação do estaleiro Promar Ceará. Na última quarta-feira, 10, representantes da comunidade técnico-científica convidados pelo IAB-CE e pela Associação dos Profissionais Geólogos do Ceará (APGCE) se reuniram no Laboratório de Ciências do Mar (Labomar - UFC) para analisar e discutir os documentos que embasam a escolha da praia do Titanzinho para receber o equipamento.
Os documentos foram solicitados pelo IAB-CE na audiência realizada no último dia 2 entre o governador Cid Gomes e diretores e conselheiros do instituto. O Governo do Estado remeteu ao IAB-CE documentos referentes à implantação de um terminal marítimo no litoral e à ampliação do Porto do Mucuripe. Os relatórios e análises têm datas que vão de 1989 a 1995.
Especialistas, doutores e professores de áreas ligadas à engenharia de portos, oceanografia, biologia marinha, geologia marinha, arquitetura e urbanismo e outras especialidades correlatas analisaram os papéis e apresentaram pontos de vista diversos, com avaliações sobre as viabilidades técnica, ambiental, social, urbanística, legal e econômica do estaleiro. Discutiu-se, por exemplo, os impactos sobre a dinâmica costeira (deslocamento de partículas de areia pela costa) e sobre a vida marinha decorrentes do aterramento do mar na área do Titanzinho. Os presentes também falaram sobre necessidade histórica de requalificação urbana das áreas localizadas no entorno do porto.
INFORMAÇÕES INSUFICIENTES – Após intensa discussão, os especialistas presentes no encontro consideraram os estudos e documentos fornecidos pelo Governo insuficientes para a emissão de um posicionamento favorável ou contrário à instalação do estaleiro na Praia do Titanzinho. “No entendimento dos técnicos, o debate está colocado de maneira invertida. O correto seria, com base em estudos técnicos precisos e atualizados, discutir a viabilidade do empreendimento segundo as opções de localização. Então, somente depois seria discutido o projeto em si e as compensações de seus impactos”, avaliou o presidente do IAB-CE, Odilo Almeida Filho.
As discussões não devem parar por aqui. Os especialistas presentes manifestaram interesse em aprofundar o debate, solicitando estudos mais detalhados e colocando-se à disposição para analisá-los. “Cientes da relevância do tema, as entidades profissionais irão promover outras discussões técnicas de forma a emitir um posicionamento conclusivo”, disse Odilo.
* crédito da foto: Edwirges Nogueira/Assessoria de Comunicação IAB-CE
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