Na realidade um dos maiores entraves à administração de Fortaleza e também para a definição de uma visão de futuro adequada à nossa cidade, onde transpareçam quais são as melhores diretrizes de desenvolvimento, assim como de ordenamento e estruturação do território municipal é a ausência de um sistema de planejamento de gestão urbana.
Ao se extinguir o organismo de planejamento municipal, que existia desde a década de 70, o IPLAM/ Instituto de Planejamento Municipal, no âmbito de uma das várias reformas administrativas, a Prefeitura Municipal de Fortaleza, "jogou na lata de lixo", a memória urbanística da cidade, a trajetória de proposições que existia desde a década de 30, quando da elaboração do primeiro plano diretor municipal, elaborado pelo Professor/ Arquiteto Nestor Figueredo e as subseqüentes proposições que se seguiram a esta e com isto abriu mão de definir diretrizes de desenvolvimento ao território municipal.
Assim, ao propositadamente ignorar quaisquer registros de demandas da dinâmica urbana, "enterrou-se em cova profunda" as várias visões de futuro existentes em cada época, compostas no decorrer destes 80 anos e até os dias presentes. Passamos a ser uma cidade sem passado, sem presente e sem futuro: uma cidade vulnerável, administrada de acordo com a máxima exposta por um de seus últimos gestores, que sempre propugnava "planejar fazendo e fazer planejando".
Por outro lado, embora houvéssemos nos últimos 40 anos nos transformado no pólo principal de uma das maiores regiões metropolitanas brasileiras, o Estado do Ceará, tomou a decisão de também extinguir a entidade do planejamento metropolitano, a AUMEF/ Autarquia Metropolitana de Fortaleza, nos colocando em uma dupla situação de acefalia: não temos um sistema planejamento urbano e gestão, no âmbito municipal e muito menos um sistema de planejamento metropolitano.
Nós somos, desta forma, a única grande cidade brasileira, uma das 100 maiores cidades em todo o mundo - com posição destacada nesta listagem - e ao mesmo tempo a única sede de região metropolitana brasileira que teima em ignorar esta necessidade estrutural contemporânea de planejar e organizar os roteiros de desenvolvimento e gestão urbana e nos colocam na contramão da História, nos tornando realmente um "caso de estudos" notável, só que ao contrário: somos a exceção global.
Olá Sales,
ResponderExcluirExcelente texto.Como munícipe sinto esta desorganização estrutural diante do crescimento caótico que nos assusta.
Olá Bel. Vamos participar mais do Blog do IAB/CE. Mande uns emails com uma sugestões para mim zesalescosta@ig.com.br
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