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domingo, 18 de abril de 2010

O ideário do Parque Rachel de Queiroz


Uma primeira descoberta, foi a constação de uma reserva natural “escondidinha” na vizinhança dos maiores bairros e principais vias da Zona Oeste da cidade de Fortaleza com características ambientais relevantes: vegetação de porte, cursos d’água fluentes em riachos, lagoas e açudes, variedade de pássaros e bercários de aves, fauna de pequenos animais silvestres Um rico tesouro ambiental “a dois ou três passos”da Sargento Hermínio, e também da Bezerra de Menezes, da Dr. Therberge, da Humberto Monte, da Mister Hull e da nova Perimetra, dsitribuídos em 254 hectares de variadas situações não percebidas quanto ao rico potencial de flora e fauna.


A partir desta descoberta veio a insistência e o “atrevimento” em demonstrar que um grande parque público municipal, aproveitando todas estas áreas seria um acerto incomensurável para a qualidade de vida do fortalezense. Notadamente para o morador da Zona Oeste da cidade. Depois com a confirmação viabilidade técnica desta idéia a partir do Inventário Ambiental de Fortaleza, surgiu um roteiro de diretrizes. Era necessário uma ação para recuperar, recompor, requalificar, rearrumar, reaproximar estes espaços naturais dos vários bairros na vizinhança imediata e dos usuários em potencial .


Uma segunda descoberta. A casa onde nasceu a escritora RACHEL DE QUEIROZ estava localizada neste contexto a recuperar, no bairro Henrique Jorge, na antiga sede do Sítio Pici, da Daniel Queiroz, pai de Rachel de Queiroz, nas imediações do Autran Nunes. E esta ação poderia transforma-se em uma homenagem mais do que justa a esta nossa artista maior e e mulher guerreira que representa a nossa cearensidade. Originalmente, esta proposta deveria ter sido apresentada a cidade em 200, no aniversário de 90 anos de nascimento de Rachel de Queiroz.


O marco conceitual desta proposta do PARQUE RACHEL DE QUEIROZ envolve a recuperação, conservação e proteção de um conjunto de ecossistemas ambientais urbanos composto de vários cursos d’água e vegetação de porte, em situações devolutas ou inadequadamente ocupadas. Situações distribuídas em 15 trechos urbanos ao longo dos bairros MONTE CASTELO, ALAGADIÇO, PRESIDENTE KENNEDY, PARQUELANDIA, PLANALTO PICI, BELA VISTA, HENRIQUE JORGE, DOM LUSTOSA, AUTRAN NUNES, GENIBAÚ, TUPINAMBÁ DA FROTA e ANTÔNIO BEZERRA, em Fortaleza, onde se concentra uma população de quase meio milhão de pessoas.


Os objetivos da proposição se voltam para a criação de novas opções de lazer, fruição na natureza e ócio, em especial aquelas ligadas ao usufruto do meio natural; aumentar o percentual de áreas verdes e livres de Fortaleza, notadamente neste bairros, na vizinhança, de alta densidade demográfica, buscando atender as recomendações internacionais; reintegrar os recursos hídricos ao espaço urbano circundante, trazendo-os para o convívio dos cidadãos, promovendo a recuperação ambiental destes ecossistemas; além de incorporar novas áreas institucionais da cidade ao sistema de áreas verdes e espaços públicos municipal.


As justificativas estão relacionadas no diagnóstico do INVENTÁRIO AMBIENTAL DE FORTALEZA/ 2002/ 2003: "Fortaleza, apesar de sua riqueza natural, não possui, a rigor, um amplo sistema de áreas livres que possa oferecer aos seus cidadãos, os benefícios de uma “cidade verde". No presente, uma cidade saudável, com qualidade de vida produz efeitos positivos sobre sua própria imagem e na dos seus habitantes, atraindo investimentos e turismo, sobretudo quando as políticas ambientais são questões prioritárias".


Do ponto de vista da proteção e preservação ambiental, o Parque terá influência primordial na recuperação dos ecossistemas componentes dos Riachos Alagadiço e Cachoeirinha, Açudes João Lopes e Santo Anastácio. Do ponto de vista urbanístico a proposta trará ao uso público glebas urbanas hoje abandonadas, devolutaas ou ocupadas indevidamente. Do ponto de vista social, haverá o resgate de dívida com a população da Zona Oeste, carente de espaços de lazer e históricamente excluída dos principais programas de melhoria do meio ambiente urbano.


No diagnóstico da situação se verificou que as glebas escolhidas são propriedades de diversas origens: glebas públicas, espaços livres,ocupações indevidas, terrenos privados e outras situações ainda não identificadas. Os usos destas situações são notoriamente inadequados ou não autorizados legalmente, com flagrantes desrespeitos de espaços públicos e limites de proteção ambiental. O que exige, por parte do Poder Público Municipal, de vontade política de implantar o Parque: expondo a proposta, dimensionamento etapas, verificando a viabilidade de execução.


Considerando a população dos bairros onde o Parque tem sua área física definida, um roteiro que alcança aproximadamente 12.5 km limeares, entre o Açude João Lopes e o Rio Maranguapinho, o empreendimento poderá ter uma população usuária potencial de mais de 500 mil pessoas, a população urbana vizinha. Número que se elevaria ao verificar o raio de influência e poder de atração que esse equipamento, quando implantado proporcionará à Zona Oeste da cidade de Fortaleza.


As áreas para implantação do Parque foram escolhidas conforme a verificação de demandas de proteção, conservação ambiental e dotação de espaços públicos. Considerando as recomendações internacionais, a demanda dos bairros citados ultrapassa cinco milhões de metros quadrados ou 500 hectares. A única área pública existente é o Bosque Sargento Hermínio que só tem 4 hectares.


O desenho proposto ao Parque apresenta-se adequado ao marcos conceituais quanto a: preservar os ecossistemas ambientais existentes, fortalecer a presença de vegetação e facilitar o acesso da população. Serão quase 20 “portas principais” a partir das principais vias urbanas.Um segundo ponto refere-se às parcerias que são necessárias à consolidação da idéia: com a própria população usuária, com os proprietários de algumas glebas e com instituições existentes na proximidade, compondo um corpo de “guardiões do Parque”.
Imagem da varzea do Riacho Alagadiço nas imediações do Parque de Exposições do Estado do Ceará, uma das seções propostas a implantar o PARQUE RACHEL DE QUEIROZ. Fotografia Daniel Roman.

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