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sexta-feira, 4 de junho de 2010

PRATO FEITO RECUSADO

Fábio Campo, coluna Política - O Povo

A questão do estaleiro promete. Promete criar mais confusão no âmbito da política. A ideia do projeto abriu um conflito de posições entre a prefeita Luizianne Lins (PT) e o governador Cid Gomes. O estaleiro foi servido como um prato feito e a prefeita não aceitou deglutí-lo. O governador fez articulações para viabilizar a ideia e serviu o prato ao distinto público sem consultar a chefe do executivo municipal. Para a área escolhida, a prefeita tinha outros planos. De fato, se pensarmos a cidade para as próximas décadas, aquela área não deveria estar ocupada por uma indústria de construir navios. Nem aquela área e muito menos o Poço da Draga. Nesse ponto, parece haver um consenso que envolve a maioria dos pensadores da cidade. Mas, a questão é que o projeto já provocou estragos na relação política dos dois chefes de executivo mais importantes do Ceará. Se isso vai provocar consequências já para a articulação política de 2010 ainda não há elementos para responder. Porém, há o sentimento quase generalizado entre os agentes políticos de que a aliança Cid-Luizianne não deve perdurar para as eleições municipais de 2012. No mais, é esperar para ver os desdobramentos do caso estaleiro. A coisa está muito próxima de se definir.

MAMÃO COM AÇÚCAR
Ainda sobre o estaleiro, mas do ponto de vista econômico. Trata-se de um negócio mamão com açúcar para os empreendedores privados. Eles já têm a encomenda de oito navios da Transpetro. Têm a seu dispor uma política fiscal que isenta o negócio de impostos. Têm o financiamento generoso do BNDES à disposição. Têm (em tese) de graça uma área nobre (Titanzinho), com boa estrutura, vizinho ao Porto do Mucuripe, para instalar o negócio. Têm o compromisso do Governo do Ceará de investir R$ 60 milhões em mais infraestrutura. Têm mão de obra farta à disposição. E em troca, o que ganhamos? Há alguma medida do retorno disso em impostos para os cofres públicos municipais? O que isso vai representar para a economia da cidade? Bom, até aqui se fala em 1.200 empregos diretos. Se colocarmos na ponta do lápis, talvez seja um emprego excessivamente caro e com retornos sociais e econômicos de baixa dimensão. Sabe-se que uma fábrica de confecções de porte médio pode empregar até mais gente e sem precisar do contribuinte como sócio. Há muitos exemplos à disposição.

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