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quinta-feira, 22 de março de 2012

Prédios do Centro Histórico da Capital podem ser revitalizados

Deborah Milhome


A antiga sede do Sport Club Maguary, na Rua Barão do Rio Branco, foi tombado e já pode ser considerado como patrimônio da humanidade, apesar de a decisão ainda não ter sido formalizada pela prefeita Luizianne


A Prefeitura da Capital, por meio da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), firmou uma parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) com o intuito de revitalizar prédios, privados ou não, no Centro Histórico da Cidade, que compreende o perímetro formado pelas avenidas do Imperador, Dom Manoel, Duque de Caxias e a orla marítima. A coordenadora de Patrimônio Histórico-Cultural, Clélia Monasterio, declara que as obras serão financiadas pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e que o edital sairá no próximo mês.

A coordenadora explicou que a quantia ainda não foi definida, porém, eles vão receber os projetos. "Quem quiser participar, se inscreverá e fará o projeto da obra. O proprietário terá até 15 anos para pagar, sem juros, o dinheiro que será disponibilizado para a reforma". Clélia Monasterio explica, ainda, que poderão participar do pro grama os prédios que estejam dentro do perímetro, mesmo que não sejam tombados.

Tombamento

Um dos edifícios tombados é a antiga sede do Sport Club Maguary, que fica na Rua Barão do Rio Branco. A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, ainda não assinou o documento formalizando a decisão, de acordo com a coordenadora, porém, já pode ser considerado um patrimônio da humanidade, pois já foi aprovado pelo conselho.

A edificação foi inaugurada em 1946 e, durante muito tempo, serviu de palco para carnavais, bailes, desfiles e disputas esportivas.

Em Fortaleza, existem muitos prédios que passaram por este processo e que ainda estão nele. Clélia revela alguns edifícios que estão em vias de tombamento, como Caixas d´Água, Colégio Militar, Casa do ex-prefeito Acrísio Moreira da Rocha, Merceeiros, algumas casas no Jacarecanga, entre outros.

A coordenadora destaca que os processos geralmente são demorados. "Demora muito, pois somos uma equipe pequena, além de ter que esperar o estudo sobre cada local", destaca.

Restauração

O diretor de política urbana do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-CE), Augusto César, explica que, quando o tombamento acontece em um imóvel de propriedade privada, a Prefeitura não tem a obrigação de restaurar. "O que ela tem que fazer é comunicar os donos do prédio que foi tombado e aos prédios vizinhos também, onde é criado uma poligonal de proteção".

No entanto, Clélia Monasterio afirma que a gestão se responsabiliza por fiscalizar. "Não se gasta com qualquer obra no prédio tombado. No entanto, verificamos a situação dos prédios", esclarece.

O pesquisador Miguel Ângelo Azevedo, o Nirez, ressalta que deveria existir mais revitalização e proteção dos prédios antigos. "Cada vez que um edifício é derrubado, é um pouco da memória da história da cidade que se perde", avalia.

Valorização

A preservação desse tipo de arquivo histórico ainda é pouco discutida em toda a cidade, assume Clélia. "Infelizmente, não temos um trabalho pontual de conscientização, não existe uma programação especifica para proteção de prédios antigos".

A coordenadora declarou que a Secultfor aproveita alguns momentos para levar essa discussão as pessoas. "Quando alguém vai em alguma Regional fazer o pedido de demolição de algum imóvel, orientamos que eles enviem esses populares até nós, para que possamos conversar sobre o prédio em questão".

Clélia declara que está usando as reuniões sobre a Copa do Mundo par alevantar a questão. "Tentamos de várias maneiras e aproveitamos toda brecha para falar de preservação do patrimônio de Fortaleza", conclui.

Fonte: Diário do Nordeste

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