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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Arenas esportivas longe da cidade são risco ao legado olímpico



Se Barcelona é exemplo de como aproveitar os Jogos Olímpicos para transformar ambientes urbanos, Atenas oferece lições preciosas, como a subutilização, ou até o abandono, de arenas esportivas distantes do centro da cidade. O alerta foi feito pela arquiteta e paisagista grega Julia Georgi, que apresentou os projetos de intervenção dos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) na terça-feira, 10 de fevereiro, no IAB-RJ.

“Os Jogos de Atenas tiveram seu legado, mas os grandes equipamentos olímpicos tornaram-se um problema. O custo de manutenção é alto e é difícil ocupa-las. Os casos são mais graves nas arenas das modalidades que não são populares na Grécia”, afirmou Julia, que também vê situações positivas no país, em especial nos anos seguintes aos Jogos.

De acordo com a arquiteta, o evento proporcionou uma transformação no design da cidade, requalificação do ambiente natural, incrementou e requalificou o turismo e a atividade comercial.

Coordenadora da implantação do projeto paisagístico dos Jogos Olímpicos de Atenas, Julia Georgi falou sobre as dificuldades de gerenciar as diferentes demandas dos agentes envolvidos na organização do evento. Problema parecido vivenciado pelo paisagista Pierre-André Martin, que lidera a obra de recuperação da orla do Parque Olímpico Rio 2016.

“Antes de iniciar a obra, realizamos várias reuniões de projetos com a presença de 30 a 40 pessoas. Imagina como era administrar tantos interesses”, indagou Pierre.

Ao apresentar o projeto da orla do Parque Olímpico Rio 2016, o paisagista explicou as duas tipologias paisagísticas utilizadas. Enquanto a Via Olímpica é mais tradicional, a faixa de proteção tem uma proposta voltada à restauração, com utilização de espécies nativas.

“Na primeira visita ao sítio, identificamos grande quantidade de espécies exóticas, como bananeiras e amendoeiras. Todas plantadas pelo homem. Tentamos reconstruir o ambiente natural de restinga, com utilização de outros estratos, não só os arbóreos, para que não apareça a mão do homem no trabalho”, explicou Pierre.

Questionado sobre a manutenção e o futuro do projeto pós-olimpíadas, Pierre-André explicou que alguns equipamentos são temporários, mas a Via Olímpica e a faixa marginal de proteção permanecem:

“Embora tenha mais vegetação do que a via de Londres, a Via Olímpica ainda é muito seca. Após os Jogos, o espaço se tornará mais interessante, com nova vegetação, além de quiosques e praças.”

As apresentações de Julia Georgi e Pierre-André Martin acontecem uma semana após a realização do seminário “Londres e Rio de Janeiro – Metrópoles Olímpicas em Transformação”, que reuniu arquitetos de Inglaterra e Nova Zelândia no IAB-RJ. Para a vice-presidente de administração do IAB-RJ, Fabiana Izaga, a presença de Julia Georgi no IAB, e a quantidade de eventos recentes com profissionais de renome internacional, demonstra a internacionalização do IAB com foco em 2020, quando o Brasil vai sediar o Congresso Mundial da União Internacional dos Arquitetos (UIA). 
 
fonte:http://www.iab.org.br/noticias/arenas-esportivas-longe-da-cidade-sao-risco-ao-legado-olimpico

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