Endereço: Av. Carapinima, 2425 - Benfica |Cep: 60015-290 - Fortaleza - CE |Tel: (85) 3283.5454 / 88973480
Email: iabce@iabce.org.br| Site oficial do IAB-CE | Página Facebook | Perfil Facebook | Twitter

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

"O mercado brasileiro é dominado pelas empreiteiras", diz John McAslan



Um mercado dominado pelas empreiteiras com arquitetos marginalizados. Essa foi a impressão do arquiteto inglês John McAslan após visitar o Brasil para participar do seminário "Londres e Rio - Metrópoles Olímpicas", realizado pelo British Council.

"O mercado brasileiro é dominado pelas grandes empreiteiras. Os arquitetos são muito marginalizados", disse ele, que falou ainda sobre os desafios de Londres no campo da mobilidade urbana e habitação.

"Londres tem uma população de 8.25 milhões. Hoje, ela é equivalente à de NY. Apesar de acreditar que a cidade tenha se resolvido em suas necessidades imediatas, há muitos problemas, como uma crise habitacional. Esse é nosso desafio. Como lidar com as variações de poder e dinheiro em Londres e tornar uma cidade possível para todos financeiramente. A medida que Londres cresce, a cidade fica mais cara no Centro".

Autor do projeto de requalificação, restauração e ampliação da estação de King's Cross - espécie de Central do Brasil londrina que foi reformada para as Olimpíadas de Londres -, McAslan destacou a história da estação, construída em 1852, como uma estação de fretamento e a importância da criação de uma nova linha de trem de alta velocidade ligando Londres com o norte do país.

"Morar em Londres é quatro vezes mais caro que em qualquer outro lugar do país. O aluguel consome mais de 50% dos salários de boa parte da população. Isso faz com que a cidade se torne economicamente inviável", disse ele.

Para o arquiteto, o novo trem pode trazer benefícios econômicos para cidades como Manchester e Birmingham que poderão se tornar uma solução de moradia. A reforma da estação de King's Cross, comandada por ele, também foi destacada por McAslan.

A fachada de 150 anos foi renovada e a estação, que atende a milhões de pessoas, ganhou novas plataformas, um saguão maior, além de restaurantes, cafés e pubs que foram construídos em salas que estavam fechadas há cem anos. A obra ainda incorporou um prédio já existente ao lado da estação, ampliando sua área total. O saguão, de 7,5 mil metros quadrados era o elemento chave do projeto. Em forma de arco semicircular, ele atinge um vão de 150 metros de comprimento criando uma nova entrada para a estação e levando ares contemporâneos ao prédio histórico.

"O legal do planejamento de King’s Cross foi usar o que já existia ali transformando seus usos".

A estação ainda ganhou painéis solares que geram cerca de 10% da energia consumida pela estação. A reformulação da estação já estava prevista quando Londres ganhou o direito de realizar as Olimpíadas de 2012, mas as obras foram aceleradas para que fossem concluídas antes dos Jogos - a reforma terminou em março de 2012, quatro meses antes do evento.

"Projetos olímpicos não criam revitalizações. Londres foi provavelmente o primeiro caso. E a cidade não tinha um histórico de construções bem feitas até os Jogos Olímpicos de 2012. Os projetos demoravam, as obras atrasavam e as construções custavam muito caro. As obras olímpicas foram exemplos extraordinários de projetos. Tivemos um sucesso estrondoso”, afirmou McAslan.

Nenhum comentário:

Postar um comentário