
Segundo ela, mesmo com a leitura do documento na reunião, era preciso mais tempo para considerar os argumentos. Após a manifestação dela, outros membros do Coepa a seguiram. A arquiteta, entretanto, já manifestou posicionamento a favor do tombamento. "Fortaleza é uma cidade jovem e tem construído seus espaços com um desenvolvimento urbano sem planejamento", afirmou. Para ela, equipamentos como a Praça Portugal são "espaços de vivência urbana e social que contam a história e guardam os valores que queremos para a Capital". Representando a Universidade de Fortaleza (Unifor), o arquiteto Euler Muniz pensa diferente. "O importante ali é o lugar. A praça já foi redesenhada várias vezes e perdeu o significado para o tombamento, já que perdeu a própria historicidade", explicou. O acadêmico ressalta que é preciso pensar o que é mais importante e significativo. "É manter a rotatória ou resolver um problema muito presente, que é a mobilidade urbana?", indaga.
Para ele, o importante é o local em si, que será mantido com a reforma. "Em vez de uma rotatória, vamos ter uma manutenção do mobiliário urbano daquele espaço, que aproximará e facilitará o uso", disse. Para Muniz, o novo modelo facilitará o acesso e permitirá que o espaço, hoje restrito à segregação de guetos, passe a ser compartilhado por toda a comunidade. Estudo Caso os conselheiros do Coepa decidam na próxima reunião pelo início do estudo, a preservação da Praça Portugal deverá permanecer até a conclusão dos trabalhos que definirão contra ou a favor do tombamento, previstos para durar cerca de um ano. Se o estudo for recusado, o tombamento provisório será extinto. O Coepa é composto por 21 conselheiros ligados a órgãos e entidades com relevância reconhecida pela sociedade, e é presidido pelo Secretário da Cultura, Guilherme Sampaio. Para o gestor, independentemente do mérito do tombamento, "o fato de haver mobilização social para discutir a defesa do patrimônio deve ser celebrado".
A Prefeitura informou que não há nenhuma decisão judicial ou extrajudicial que impeça qualquer obra na Praça Portugal. Entretanto, o Município está adaptando o edital que garantirá os recursos do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). Como a entidade é estrangeira, a licitação terá critérios internacionais e o documento deverá ser divulgado oficialmente no próximo mês.
Fonte: Diário do Nordeste
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