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sexta-feira, 24 de julho de 2015

"Não podemos só expulsar", diz secretário do Centro




O ordenamento dos vendedores ambulantes do Centro é apenas uma “ação paliativa”, reconheceu Ricardo Sales, titular da Secretaria Regional do Centro (Sercefor). Para ele, a “solução” para a irregularidade dos feirantes é a construção de mais um shopping popular nos moldes do Centro de Pequenos Negócios, conhecido como novo Beco da Poeira. A ocupação do bairro pelo comércio popular pautou discussão ontem no programa Debates do Povo da Rádio O POVO/CBN. 

“Não posso botar para correr essas pessoas, não podemos só expulsar”, disse Ricardo, destacando a necessidade de construção imediata de um espaço que comporte de dois a três mil comerciantes. O problema, segundo ele, seria encontrar um imóvel. “Esse equipamento precisa estar dentro do ‘quadrilátero do Centrão’, entre as avenidas Imperador e Dom Manuel, e a rua João Moreira e a Duque de Caxias”, afirmou, alegando não ter previsão para iniciar a construção desse novo espaço.

Sobre o Fortaleza Moda Center, empreendimento do grupo Pague Menos que está sendo construído em Messejana com objetivo de atender a comerciantes da rua José Avelino, ele destacou a dificuldade de mudar de bairro. “Não é viável. Eles (feirantes) não querem ir para tão longe”.


O secretário afirmou ainda que, para resolver o problema do entorno da Igreja da Sé, está sendo construído um shopping popular ao lado da Marinha de Fortaleza, no Jacarecanga. “É um empreendimento privado no antigo prédio da fábrica Filomeno Gomes, que hoje é uma ruína. Assim que o espaço ficar pronto, a Prefeitura vai proibir a feira na rua (entorno da José Avelino)”, avisou.

Ricardo Sales pontuou que fiscalizar não é sinônimo de apreender. “Não recolhemos o material de primeira. A gente pede para eles saírem, mas, se a abordagem educacional não resolver, a gente usa como último recurso a apreensão”.
 
“Verdadeira lixeira”
Além de Ricardo, participaram do debate a diretora do Theatro José de Alencar, Selma Santiago, e Assis Cavalcante, presidente da organização não governamental Ação Novo Centro. “Quando assumi o teatro, conversei com os ambulantes do entorno e a maior preocupação era não ser removido para um lugar onde não circulam pessoas”, relembrou a gestora, que assumiu o cargo em maio passado.

Selma ressaltou ainda a sujeira deixada pelo comércio informal. “Às 18 horas, quando eles desmontam as barracas, o Centro fica uma verdadeira lixeira. Além do desordenamento, não tem a manutenção do espaço pelos próprios ambulantes”, disse.

Já Assis Cavalcante pontuou que atualmente só existem 1.471 ambulantes cadastrados no bairro. Incluindo os vendedores na informalidade, porém, o número deve se aproximar de 5 mil, conforme contabilizou o presidente da Ação Novo Centro. “Os camelôs são importantes e têm o público deles que consome muito. Os feirantes animam o Centro, mas tem que ordenar”, pontuou.

Saiba mais

Empregos diretos
De acordo com a organização não governamental Ação Novo Centro, o comércio no Centro gera atualmente 68.352 empregos diretos. Segundo Assis Cavalcante, presidente do órgão, 7.880 empresas ocupam o bairro.

Os desafios do Centro como local de moradia


Outro assunto que se destacou no programa Debates do Povo da Rádio O POVO/CBN foi o esvaziamento do Centro como local de moradia. Segundo Ricardo Sales, titular da Secretaria Regional do Centro (Sercefor), atualmente, o bairro tem 180 imóveis desocupados. 

“São prédios privados e não existe uma política que obrigue que o privado utilize aquilo de uma maneira regular”, alegou. Entre os imóveis desocupados, porém, também está o antigo prédio do INSS, localizado na rua General Bezerril.

“O Centro tem um potencial residencial maravilhoso. Podíamos ter uma política de estimular residências, com abatimento do IPTU, melhoria da mobilidade urbana”, afirmou Selma Santiago, diretora do Theatro José de Alencar.

Presidente da Ação Novo Centro, Assis Cavalcante defendeu que, apesar do aparente vazio urbano, o bairro segue pulsante. “O Centro é vivo. Lá, moram 28 mil pessoas”. Ele também admitiu os problemas que acabam afastando possíveis moradores. “Notadamente, esse número de ambulantes e moradores de rua acaba gerando certa insegurança para as pessoas que andam no Centro”. (Paulo Renato Abreu).
Fonte: O Povo




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