Endereço: Av. Carapinima, 2425 - Benfica |Cep: 60015-290 - Fortaleza - CE |Tel: (85) 3283.5454 / 88973480
Email: iabce@iabce.org.br| Site oficial do IAB-CE | Página Facebook | Perfil Facebook | Twitter

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Um problema do século passado

A Prefeitura de Fortaleza lançou há quatro meses uma ação denominada “Programa para Gestão de Resíduos Sólidos”. Objetivo: atacar o grave problema do acúmulo de lixo nos espaços públicos da Capital. Mais especificamente, os milhares de monturos que se espalham nas ruas e calçadas da Cidade. De lá para cá, ainda não foi possível identificar mudanças significativas no quadro de limpeza da Cidade.

Trata-se de um problema de saúde pública, de estética e de imensa repercussão econômica. Fortaleza é conhecida como a única capital onde se gasta mais com coleta complementar do que com a domiciliar. Dos cerca de R$ 170 milhões que a Prefeitura gasta ao ano com coleta, R$ 86,9 milhões são para recolher resíduos despejados ilegalmente.

A Prefeitura aprovou um conjunto de leis que tornou mais vigorosa a fiscalização e a punição para os grandes geradores de lixo. Correto, mas já se sabe que essa medida não vai resolver o problema. É fácil observar que parte desses monturos não é oriunda de empresas regulares, mas, sim, de descartes residenciais que se dão no cotidiano.

O agente que transporta esses resíduos oriundos de pequenas reformas, podas e descartes domiciliares (colchões, poltronas e outros) são carroceiros ou trabalhadores informais que fazem esse tipo de “bico” em troca de algum pequeno pagamento.

Há nesse comportamento um problema cultural que o projeto da Prefeitura não alcança ou apenas cita sem maiores repercussões. O valor que se gasta com essa coleta é, no fim das contas, um desvio de finalidade. Esses milhões deveriam estar sendo usados nas políticas públicas de saúde e educação.

Despejar lixo na rua é um comportamento ruinoso para a Cidade, mas há um contingente que vive desse trabalho. É uma lógica que precisa ser desmontada. Talvez seja necessária alguma medida mais radical. Tornar ilegal o trabalho dos carroceiros nas ruas incentivando-os a se mobilizar em usinas de reciclagem é um caminho.

É lamentável que Fortaleza, na metade da segunda década do século 21, ainda conviva com esse tipo de problema.

Fonte: O Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário