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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Jornal O Povo constata mais de uma infração a cada 2 minutos em ciclofaixas






Por três dias, O POVO observou infrações em binários em Fortaleza. Desrespeito a ciclofaixas supera o observado em faixas para ônibus.

Três avenidas, seis horas de observação e um mesmo resultado: o desrespeito às ciclofaixas é bem mais frequente se comparado às invasões em faixas prioritárias de ônibus. Ao longo de três dias, em horários de fluxo intenso, O POVO esteve nas avenidas Santos Dumont e Dom Luís (Aldeota) e na avenida Gomes de Matos (Montese).
No total, foram 135 veículos, entre carros e motocicletas, invadindo o espaço das ciclofaixas, durante três horas de observação das ciclofaixas, em diferentes dias, locais e horários. A média é superior a uma a cada dois minutos. Mais que o dobro em relação aos 51 flagrantes de uso inadequado dos corredores de ônibus, nos mesmos lugares e mesmos dias, durante outras três horas de observação. Não há balanço oficial sobre infrações em ciclofaixas.

Motociclistas, condutores de carros, pedestres e até trabalhadores com carrinho de mercadorias usam o espaço exclusivo das bicicletas. Enquanto esteve nas avenidas, a reportagem observou por uma hora cada ciclofaixa. Os motociclistas foram o maior problema, com um total de 110 invasões. Houve 25 carros obstruindo as ciclofaixas com estacionamentos irregulares ou paradas para embarque e desembarque.

Quem vive a situação na prática acha que o problema já foi até maior. “Há um ano, éramos considerados invisíveis, como se não fizéssemos parte do trânsito. Agora, há tentativa de convivência, mas a realidade ainda é complicada. A pressão dos motociclistas é um exemplo”, atesta o arquiteto Abner Augusto, membro do Fórum Direitos Urbanos. Há um ano e meio, ele faz o trajeto para o trabalho de bicicleta, do Bairro de Fátima à Beira Mar.

“A tendência é que o desrespeito diminua à medida que o ciclista ganhe visibilidade”, ressalta Gislene Macedo, professora de Psicologia na Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisadora em Mobilidade Humana. Conforme analisa, a invasão às ciclofaixas, principalmente causada pelas motocicletas, pode vir da falsa sensação de um espaço não usado.

Para Felipe Alves, membro da Associação Ciclovida, uma explicação para haver menos infrações nas faixas de ônibus é a fiscalização eletrônica, com ameaça de multa. Outra hipótese é o medo do choque com ônibus, com mais danos que colisão com bicicleta.

Conforme Gislene Macedo, o convívio mais respeitoso no trânsito depende mais da educação que de penalidades. “A pessoa se inibe em agir de forma desrespeitosa à lei. Onde não há punição, volta a transgredir. Mas, se entende a dimensão ética dos próprios atos, ela se preocupa em agir com respeito à vida”.
Fonte: O Povo

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