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domingo, 31 de janeiro de 2010

XIX Congresso/ Temática 1 - ARQUITETURA

Em relação à disciplina arquitetura, propõe-se o debate acerca das seguintes temáticas:

01 A Arquitetura como fato cultural

A arquitetura, na sua condição de permanência e transcendência, constitui uma das marcas mais genuínas da genialidade humana. A cidade, conjunção de todas as arquiteturas, é a obra cultural por excelência. Sua produção na contemporaneidade está sujeita a uma serie de condicionantes que definem o atual momento de transição, entre os quais destacam-se: os novos paradigmas surgidos após a crise do modelo do modernismo; a condição periférica da realidade latino-americana; o acelerado crescimento das cidades; a uniformização cultural que impõe a globalização; a generalização e abstração do planejamento urbano; a crise do modelo de desenvolvimento que provocou a maior expansão demográfica, urbana e econômica da historia e, ao mesmo tempo, um grande desequilíbrio ambiental; a arquitetura-negócio, que substitui manifestações culturais por objetos de consumo; e o domínio da cultura das aparências, que relegam a um segundo plano o pensamento e a reflexão disciplinar. A atual situação impõe desafios que passam por superar o caráter periférico da nossa realidade. Como considerar as condições culturais para realizar uma arquitetura com sentido de transcendência e significado cultural? Como definir modelos de cidade válidos e coerentes? Como valorizar as particularidades culturais para integrá-las no contexto de oportunidades de divulgação e conhecimento que oferece a globalização? Como arquiteturas autóctones estão sendo incorporadas na prática contemporânea? Se as imagens substituem os conceitos e a informação substitui o conhecimento, como promover uma produção arquitetônica assentada na reflexão disciplinar?

1B Novos territórios, velhas metrópoles

A configuração do território urbano e rural tem sido transformada na contemporaneidade: a redefinição das antigas polaridades centro/periferia, rural/urbano, a emergência de espaços centrais independem do fator locacional, o aumento das áreas de influência das cidades globais. Nas últimas décadas, o projeto urbano passou a incluir temas como novas formas de articulação com o setor privado, empreendorismo urbano, novos instrumentos urbanísticos, jurídicos e financeiros. Como interpretamos hoje o território em que se desenvolvem nossas cidades? Como equilibrar as relações entre conservação e transformação, as tensões entre tradição e modernidade na construção de um ideário urbanístico contemporâneo para as nossas metrópoles? Como redefinir as fronteiras entre projeto urbano, desenho urbano e planejamento? Como lidar com espaços articulados em rede, consórcios de territórios globais, com novas centralidades urbanas e estruturas rurais? Como projetar espaços urbanos com a emergência dos novos controles e instrumento de segurança nos ambientes urbanos e a arquitetura de espaços virtuais, desterritorializados, que (re) configuram os territórios do poder, da produção e da convivência?

1C Os processos de preservação do patrimônio histórico

A obsolescência de nossas estruturas arquitetônicas e urbanas acontece de forma cada vez mais rápida. Muitos edifícios e áreas da cidade, inclusive aqueles construídos ao longo do século XX, apresentam problemas de conservação e estão sob risco de descaracterização ou demolição. A idéia de que a arquitetura moderna e contemporânea é um patrimônio cultural e, como tal, merece ser conservada para as futuras gerações, ainda não está consolidada na sociedade. O envelhecimento precoce das edificações, o uso de novos materiais sem tradição construtiva e durabilidade comprovada, o abandono dos materiais tradicionais, a suposição de que os edifícios modernos não precisavam de manutenção, e o não entendimento da pátina como algo positivo na arquitetura moderna são alguns dos desafios na conservação da arquitetura moderna. Esses desafios exigem uma reflexão mais cuidadosa. Como as teorias clássicas do restauro podem nos ajudar a refletir sobre esses novos problemas? Como aceitar a pátina na arquitetura moderna? Como entender os processos de deterioração de novos materiais e sistemas construtivos e quais os procedimentos mais adequados para intervenções de restauro e conservação? Como introduzir novos usos em edifícios pensados para usos hoje obsoletos? Como atender às novas demandas sociais, tecnológicas e energéticas sem alterar a integridade e a unidade estética desses edifícios e conjuntos? Quais os parâmetros mínimos a serem observados para a conservação?

1D Tecnologia e meio ambiente

Os arquitetos hoje têm de lidar com uma série de questões relacionadas à eficiência energética, sustentabilidade, utilização eficaz de recursos naturais e artificiais, e incorporação de tecnologias e processos construtivos mais responsáveis em termos ambientais. Esses novos paradigmas trazem uma série de desafios aos arquitetos, mas também oferecem infinitas possibilidades nos processos construtivos e projetuais e novas formas de expressão arquitetônica. Como a arquitetura brasileira está respondendo a essas questões? Como as lições de Lucio Costa, Acácio Gil Borsoi, Severiano Porto, Armando de Holanda e João Filgueiras Lima podem ainda nos ser úteis? Como os conceitos e ferramentas tecnológicas que hoje estão ao alcance do arquiteto afetam o ato de projetar? Como estes novos valores de respeito ao meio ambiente estão sendo incorporados à prática arquitetônica contemporânea, particularmente no que se refere às preocupações tradicionais, como a inserção no espaço urbano, uso de elementos pré-fabricados e a fabricação da fachada? Como superar a aparente dicotomia entre ambiente e tecnologia, visto que já tiveram caminhos antagônicos, mas que vêm confluindo para uma possível integração? A forma como o debate da sustentabilidade vem sendo introduzido na discussão arquitetônica contemporânea não está revelando uma ênfase demasiada em aspectos técnicos?

Fonte: IAB/ DN/ IAB/ PE/ IAB/MG

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