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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Concursos no Brasil: Retrospectivas 2009/ Perspectivas 2010 ²


Como curiosidade, vale relembrar o “concurso nacional” que premiou com um uma viagem Chapecó-Buenos Aires-Chapecó (1º lugar) e um iPod (2º lugar) um projeto de desenvolvimento urbano para a cidade de Chapecó, em Santa Catarina. O evento foi comentado no texto Troco iPod de última geração por projeto de desenvolvimento urbano . Onze equipes se arriscaram no concurso – só não sabemos se os projetos estão à altura das premiações.

Em fevereiro, no clima da crise global (e aquecidos pela crise do clima global), publicamos o texto Arquitetura em tempos de crise – 1929-2009, com especulações e curiosidades sobre a relação entre a Arquitetura e as crises que marcaram o século XX e o início do novo século.

Em março publicamos o texto Do outro lado da mesa, em que o arquiteto Fernando Lara nos relata sua experiência como membro de comissão julgadora de um concurso internacional. Ainda em março, acompanhamos um extenso debate sobre prováveis irregularidades no concurso internacional para o Museu Exploratório de Ciências da UNICAMP.

Em maio fomos surpreendidos pela divulgação de informações sobre o Pavilhão do Brasil na Expo Xangai 2010, como resultado de uma seleção pouco transparente realizada pela AsBEA (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura) e pela APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e investimentos). Destacamos, sobre o assunto, o texto da arquiteta Izabel Amaral, intitulado Pavilhões de exposições e concursos: lições a aprender e as dezenas de comentários deixados pelos leitores.

Em julho publicamos, em conjunto com diversos arquitetos e urbanistas, a Carta aberta aos organizadores da Copa 2014, na qual solicitamos esclarecimentos e transparência nos procedimentos de seleção e contratação dos projetos para o evento. Um assunto ainda não encerrado, porém com final previsível.

Em agosto publicamos a notícia e os projetos premiados no concurso internacional fechado para o Musem da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Um bom relato sobre o evento é o texto Um ícone para Copacabana, escrito pelo estudante Vitor Garcez.
Em novembro, ainda observando a euforia coletiva pós- vitória do Brasil (digo, Rio de Janeiro) como sede para as Olimpíadas de 2016, relembramos os leitores sobre a ausência de concursos de arquitetura (entre outras ausências igualmente importantes) para os projetos de arquitetura e de intervenção urbana necessários para o evento, no texto/notícia Marco Olímpico Rio 2016 – Prêmio Consolação.

No que se refere às premiações, iniciamos o ano com o lançamento do Prêmio CAIXA – IAB – 2008-2009, dedicado ao tema da habitação de interesse social. Os Projetos Premiados e Menções foram publicados em junho, e nos fazem lembrar uma questão (que merece ser tratada com urgência e profundidade): de onde virão os projetos para 1 milhão de moradias, com investimentos de R$ 34 bilhões, previstos no “Programa Minha Casa, Minha Vida” ? Os concursos estão sendo considerados? O que fazer do acervo de idéias e projetos de premiações e concursos (já realizados), como aqueles das premiações CAIXA-IAB?

Sobre os concursos nacionais de arquitetura e urbanismo lançados em 2009, registramos o lançamento de 13 eventos, 08 dos quais organizados por Departamentos Estaduais do IAB. Os outros 5 concursos foram promovidos e organizados diretamente pelas instituições promotoras (sem a presença do IAB). Apesar de receberem a mesma denominação (concursos) os formatos foram tão diversos quanto os seus objetos. Houve concurso que se iniciou local, e que depois de manifestações se transformou em evento nacional. Outro se anunciou como nacional, mas continha cláusulas restritivas de participação a determinada região. Alguns concursos apresentavam premiações justas, porém pouca clareza nos critérios de julgamento. Alguns foram realizados em uma fase, baseados no anonimato, enquanto outros em duas fases, decididos na apresentação dos projetos pelos autores.

Fonte: http://www.concursosdeprojeto.org/ por Fabiano Sobreira

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