A Câmara Municipal de Fortaleza realizou, ontem, uma audiência pública para discutir o ressurgimento do Instituto de Planejamento do Município (Iplam). A ideia foi do vereador Gelson Ferraz (PRB), que conseguiu aprovar na Casa um projeto de indicação sugerindo a recriação do órgão. A quase totalidade dos vereadores não prestigiou o evento, embora a maioria reconheça a necessidade de a cidade ter um órgão de planejamento.
O coordenador de planejamento da Secretaria de Planejamento e Orçamento do Município(Sepla), José Meneleu, afirmou, durante entrevista ao Diário do Nordeste, que existe um "calendário de prioridades" que não inclui, no momento, a recriação do órgão.
Durante os debates, a necessidade de preparar a cidade para a Copa de 2014 também foi citada. "Precisamos de um planejamento estratégico e participativo. Planejar a cidade para os próximos 20 ou 30 anos é uma demonstração de seriedade", disse a vereadora Eliana Gomes (PCdoB) uma das presentes.
Para o Secretário de Meio Ambiente de Fortaleza (Semam), Deodato Ramalho, o fato de atualmente não mais existir o Iplam não significa que Fortaleza tenha deixado de lado as questões ligadas ao planejamento. Ele explicou que essas ações estão dividas em vários órgãos da Prefeitura. Apesar de ter citado "dificuldades de orçamento e finanças" para a recriação do instituto, Deodato reconhece importância do órgão.
O coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza (Unifor), Euler Muniz, chegou a lamentar a extinção do Iplam e declarou: "Não pode a nossa cidade conviver com a fragilidade de não haver um órgão de planejamento".
Foi pequena a participação de representantes da sociedade e dos parlamentares na audiência. O auditório da Câmara contou com pouco mais de 25 pessoas. De vereadores, só Gelson Ferraz, que presidiu a reunião, João Alfredo (PSOL) e Joaquim Rocha (PV) - ambos componentes da comissão de Meio Ambiente da Câmara - Eliana Gomes (PCdoB) e o líder da prefeita, Acrísio Sena (PT).
O encaminhamento sugerido ao final da audiência pública foi indicado pelo presidente do Instituto de Arquitetura do Brasil (IAB-CE), Odilo Almeida Filho. Ele deu a ideia de um calendário de discussão que tenha início a partir da recriação do Iplam para acompanhar os projetos e obras do órgão. "E que possamos ter a participação da Prefeitura e da sociedade" e Ricardo Bezerra sugeriu que junto à recriação do Iplam se crie um conselho com a participação da sociedade, faculdades e entidades ligadas ao assunto.
Fonte: Diário do Nordeste
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