Depois da criação da Área de Proteção Ambiental (APA) de Sabiaguaba e do Parque Natural Municipal das Dunas no local, em 2006, o Plano de Manejo, que deve ser concluído em fevereiro do próximo ano, instituirá normas para a ocupação sustentável do espaço.
Atualmente, segundo o geógrafo Jeovah Meireles, professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), o bairro ainda sofre com problemas decorrentes da ocupação irregular.
A impermeabilização do solo, a falta de saneamento básico e o desmatamento da mata ciliar são apontados por ele como os principais questões da APA. A ideia do bairro ecológico, segundo geógrafo que acompanha o Plano de Manejo, é barrar tudo aquilo que degrada o espaço e proteger os diversos ecossistemas da Sabiaguaba.
Com a conclusão do plano, que leva em consideração os estudos da comunidade científica e os interesses da população local, serão traçadas as políticas públicas e as formas de apropriação do espaço, sempre priorizando o desenvolvimento sustentável.
“É uma área que proporciona os processos ambientais que amenizam o clima da cidade. É praticamente o único ponto com dunas da Capital”. Segundo Meireles, as dunas “amortecem” consequências do aquecimento global, pois são reservas estratégicas de água doce e regulam as propriedades biofísicas e bioquímicas dos manguezais.
Conforme explicou o secretário do Meio Ambiente, Deodato Ramalho, a Prefeitura já tem avançado na preservação do espaço. No Parque das Dunas, por exemplo, a vigilância é permanente, pois não pode haver nenhum tipo de intervenção no local. “Existiam pontos de exploração de areia nas dunas, mas já foram extintos”, completou Jeovah Meireles. O geógrafo adiantou que, quando Sabiaguaba for considerado bairro ecológico, as visitas ao parque vão ser organizadas, exclusivamente para ecoturismo e pesquisas científicas.
Plano
O estudante de Geografia Paulo Campos, que morou quatro anos em Sabiaguaba, e participa da elaboração do Plano de Manejo, explicou que, na APA, onde pode haver intervenção, mas as novas ocupações também vão seguir a ideia do desenvolvimento sustentável. Aquelas que já existem, devem se adaptar. “A população vai ser orientada a pescar, a plantar e a construir de uma forma que possa ser sustentável, sem degradar os ecossistemas”. Em Sabiaguaba, além do mangue e das dunas, há lagoas, rios, fauna e flora que precisam ser preservados.
Entenda a noticia
A conclusão do Plano de Manejo transformará o local no primeiro bairro ecológico da Capital. Com isso, a APA de Sabiaguaba e o Parque Natural das Dunas vão ser protegidos pelo poder público e pela comunidade. A ideia é ocupar as áreas permitidas, de forma sustentável.
Saiba mais
Em 12 de fevereiro de 2006, a prefeita Luizianne Lins assinou o Decreto de Criação do Parque Natural Municipal das Dunas de Sabiaguaba e da Área de Proteção Ambiental (APA) de Sabiaguaba.
Pelo Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC), após a criação das áreas de proteção, o Município tem que, obrigatoriamente, concluir um Plano de manejo em cinco anos para orientar a ocupação sustentável dos espaços.
No parque, não é possível haver nenhum tipo de intervenção. Quando Sabiaguaba for transformada em bairro ecológico, o espaço ficará disponível para ecoturismo e pesquisas científicas. O Município é responsável por administrar o parque e fazer a fiscalização. O parque conta com aproximadamente 470 hectares de extensão.
A Área de Proteção Ambiental (APA) de Sabiaguaba foi criada junto com o Parque. No local, é possível haver intervenção, como construção de loteamento e aberturas de vias, mas somente depois de um diagnóstico ambiental. A APA de Sabiaguaba funciona como uma área de proteção ao parque. O espaço barra as intervenções que possam gerar efeitos destrutivos ao ecossistema do parque. Ao todo, são cerca de 1009 hectares de extensão. Cerca de 17 mil pessoas vivem atualmente na APA.
Fonte: Reportagem Gabriela Menezes/ O POVO Online
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