A população de Fortaleza inicia mais uma semana sob a perspectiva de novos transtornos no sistema de transporte público da Capital, com o estado de greve em vigor dos motoristas e cobradores do sistema de transporte público. Desde o último dia 14, quando a categoria, em assembleia geral, aprovou o estado de greve, os usuários estão sendo obrigados a conviver com a possibilidade da paralisação em virtude do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Ceará (Sintro) e o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Fortaleza (Sindiônibus) não terem chegado a um acordo que evite a greve.
Em campanha pelo reajuste salarial os trabalhadores exigem aumento de 13%, dentre outras demandas. A proposta, contudo, foi negada pelo sindicato patronal, que oferece reajuste de 8,34%. Após sete rodadas de negociação, ainda não houve acordo. Em vista disso a diretoria do Sintro tem se mobilizado para garantir um “calendário de lutas” da categoria, envolvendo mobilizações, visitas aos locais de trabalho e paralisações.
A reivindicação por melhorias salariais e condições de trabalho trata-se de prerrogativa de qualquer categoria profissional e o direito de greve como instrumento de pressão para o atingimento dessas reivindicações é plenamente legítimo. O que se lamenta nesse processo traumático são as consequências diretas atingirem uma parte que não teria relação nenhuma com a querela, que é o lado do usuário.
Infelizmente, tem sido assim quando as paralisações envolvem os serviços públicos de qualquer natureza. A população é sempre a maior prejudicada, já que os trabalhadores não terão dias descontados, nem os permissionários deixarão de ter o lucro futuramente. Nesse sentido, a possível paralisação dos motoristas e trocadores, ou os atos de mobilização que envolvem paradas rápidas, só tem como prejudicado o usuário, como se este já não estivesse sofrendo cotidianamente com a qualidade do serviço que lhe é oferecido.
Fonte: O Povo
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