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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Tombada, Casa do Português tem reforma embargada

Símbolo do bairro Damas, a Casa do Português atrai olhares e curiosidades de quem passa pela avenida João Pessoa desde que foi construída, em 1953. Hoje, o lugar mantém aspecto de abandono, mas que pode dar lugar a um espaço revitalizado. Isso se depender do atual proprietário do imóvel, que iniciou obra de revitalização em março deste ano. As intervenções, porém, foram embargadas pela Prefeitura de Fortaleza por falta de licenças.

O dono chegou a ser notificado pela Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor), em dezembro de 2014, para manter a casa em bom estado de conservação, uma vez que aquele é um bem tombado pelo Município. Logo após a notificação, foi encaminhado à Coordenação do Patrimônio Histórico e Cultural (CPHC) um pedido para começar reparos na antiga residência do imigrante luso José Maria Cardoso.
O trabalho chegou a começar, mas foi embargado. De acordo com a CPHC, o tipo de autorização expedida ao proprietário não permitia obras civis e, sim, pequenos reparos, como pinturas e restauração de portas, janelas e grades. Os serviços, porém, avançaram com a retirada de paredes e divisórias que não constavam no projeto original da casa. Para esse trabalho, seria necessário um parecer da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Seuma). Como não havia, a obra foi paralisada.

“Se hoje nos permitissem retomar os serviços, amanhã os operários já recomeçavam”, diz o proprietário do prédio, Sérgio Miranda. Com mais de 30 anos de experiência em um antiquário, o empresário adquiriu a casa há seis meses com o objetivo de revitalizá-la. A função do lugar após os reparos ainda não está definida por ele, mas, pelos planos iniciais, o espaço deve abrigar um hotel.

Reforma
Miranda se diz prejudicado pelas dificuldades burocráticas. “Se a própria Secultfor solicitou cuidados, ela deveria se articular com os outros órgãos da Prefeitura para permitir o restauro”, argumenta. No entanto, Jober Pinto, coordenador do CPHC, diz que, para tornar as obras legais, o proprietário deve entrar com pedido de alvará na Seuma, o que, até ontem, não tinha sido feito, de acordo com a pasta.

Para o empresário, a situação protela a vontade de ver a Casa do Português renovada. “Nosso objetivo é recuperar ao máximo o estilo original. Aquela casa foi exageradamente bem construída. Por isso está de pé até hoje”, comenta.

Segundo ele, apesar dos anos de ocupação do lugar, 95% da estrutura ainda permanece como a original, incluindo pisos em mosaicos, portas e revestimento das paredes. A previsão é de que a obra seja finalizada um ano após a liberação dos serviços. O empresário diz estar tentando regularizar a situação e não soube informar o orçamento do trabalho. 
Histórico
O comerciante luso José Maria Cardoso começou a construção da Vila Santo Antonio - como batizou oficialmente a Casa do Português - em 1950. Três anos depois, o edifício estava concluído, com três pavimentos. A casa deveria abrigar a família de dono, formada pela esposa e por um único filho.
 
Ainda em vida, Cardoso alugou os dois andares superiores ao empresário Paulo de Tarso para a instalação da Boate Portuguesa, em 1964.
 
O local ainda abrigou a sede da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) de 1965 a 1984, além de uma oficina, um estacionamento e, mais recentemente, uma igreja evangélica.
 
Em 1994, o imóvel foi posto à venda depois de um leilão da casa ter sido frustrado dez anos antes. Em 2012, o espaço foi definitivamente 
tombado pela Prefeitura de Fortaleza como Patrimônio Histórico do Município.

Fonte: O Povo

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