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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Prédios do Centro apresentam problemas na estrutura


Por onde seus olhos caminham quando você está de passagem pelo Centro? Quem está ao volante, que siga atento ao trânsito. Mas passageiro e pedestre podem perceber, entre comércios e residências, fachadas nem sempre bem cuidadas ou escondidas por placas de propaganda. E aí pode estar o perigo. Na última terça-feira, 23, o prefeito Roberto Cláudio (Pros) assinou decreto que regulamenta a lei nº 9.913/2012, que trata da inspeção predial, e afirmou que, na fiscalização da norma devem ser priorizados “os prédios e edificações mais antigos da Cidade e já com algum risco de desabamento identificado”.

Durante uma volta com a equipe do O POVO pelo Centro, o engenheiro civil Lawton Parente apontou sinais que as construções dão e com os quais os donos devem ficar atentos. Em maio, um prédio de dois andares desabou na avenida Tristão Gonçalves. Vizinhos descreveram que o local estava sem uso havia quatro anos e que já teriam comunicado ao proprietário as falhas visíveis na estrutura.

“A engenharia está entrando em uma nova fase, que é de cuidar das edificações antigas. Fazer a manutenção preventiva é, também, preservar a história da Cidade”, destaca o profissional, especialista em Patologia das Edificações e Engenharia Diagnóstica, que enfatiza a importância da nova lei para a Capital.

Os casos mais comuns observados no Centro envolviam fissuramentos, corrosão de armaduras, infiltrações e queda de revestimento. Lawton frisa que, quando é um comércio, as estruturas de metal fazem a propaganda e camuflam o que está por trás. Além disso, diz, muitas unidades estão abandonadas. “As construções que a gente vê no Centro são de décadas passadas e foram muito mexidas, alteradas”. Para exemplificar, o especialista indica uma casa em cujo térreo funciona uma loja: “embaixo está bem cuidada. Mas, olhando pra cima, a gente está na década de 1930. Aquela coluna está toda fissurada. O próximo passo pode ser cair”, aponta.

O engenheiro ressalta que qualquer fissuramento merece atenção dos proprietários. “Se apareceu, não é pra tentar passar nada. Deve-se chamar um profissional. Ali é a estrutura se comunicando para expor algo, dizendo: ‘estou falhando, tem alguma coisa acontecendo’. Pode ser algo simples ou grave”. O problema, ele afirma, é que não dá para prever quando vai ruir. “E o papel de fiscalizar não cabe só ao síndico - moradores e funcionários também devem ficar atentos”, reforça.

Saiba mais

Síndicos e proprietários têm 180 dias para solicitar a um profissional habilitado, arquiteto ou engenheiro, um laudo de vistoria técnica. Esse documento deve ser apresentado à Secretaria do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), que vai emitir Certificado de Inspeção Predial (CIP). Em seis meses, 70 fiscais vão verificar se o CIP está afixado em local visível.

Quem é obrigado a realizar a vistoria: edificações residenciais multifamiliares (prédios de apartamentos), com três ou mais pavimentos; edificações de uso comercial, industrial, institucional, educacional, recreativo, religioso e de uso misto; edificações de uso coletivo, públicas ou privadas; e edificações de qualquer uso, desde que representem perigo à coletividade.
 
Periodicidade das vistorias técnicas:
- Anualmente: edificações com mais de 50 anos;- A cada 2 anos: edificações entre 31 e 50 anos;
- A cada 3 anos: edificações entre 21 e 30 anos e, independentemente da idade, para edificações comerciais, industriais, privadas não residenciais, clubes de entretenimento e para edificações públicas;
- A cada 5 anos: edificações com até 20 anos.

Exemplos de situações de risco
- Fachada de prédio na rua Dom Pedro I tem riscos escondidos atrás da placa de publicidade: instalação elétrica junto com metal e plástico (risco de choque e incêndio), ferrugem e revestimento sem reboco 
- Marquises são comuns no Centro e é possível observar fissuras e sobrecarga de condicionadores de ar em algumas. “É concreto em balanço, sem apoio embaixo e judiado por falta de impermeabilização”, indica o engenheiro 
- Vegetação, lodo, mofo, eflorescência (manchas de cor branca) remetem à água. “Água está ligada à corrosão de armadura, aumento de peso, traz oxidação. Se não tiver impermeabilização, tende ao colapso”.

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