Prédio de antigo colégio no Rodolfo Teófilo será demolido

O prédio onde funcionou o Colégio Redentorista, no bairro Rodolfo Teófilo, vai ser demolido. A edificação será desapropriada em julho de 2016 e deve dar lugar a um empreendimento imobiliário. A informação é da Secretaria da Segurança Cidadã (Sesec). O órgão, responsável pela Guarda Municipal e pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, sediadas no local, afirma que a desapropriação do imóvel deve ocorrer em um ano, mas há possibilidade de prorrogação. A diretoria da construtora Manhattan, nova proprietária do local, afirma que o projeto está em “fase de pré-lançamento”.

Erguido em 1963 nos arredores da Lagoa do Porangabussu, o prédio sediou o colégio até 1999. Idealizado por missionários redentoristas para abrigar, a princípio, confrades em Fortaleza, o local teve poucas salas construídas nos primeiros anos até se tornar uma das instituições de ensino mais tradicionais da Capital. Foi lá o primeiro colégio em que estudou Rafaela Félix, 23. “Existe uma memória afetiva porque era o colégio de quem morava na comunidade”, recorda-se.

Para o ex-aluno Davi Silveira, 34, a demolição é consequência da “cultura do brasileiro de desvalorizar o que é antigo”. O operário, que reside próximo ao local em que estudou, diz que depois que o espaço foi arrendado para outras empresas, não houve mais manutenção. “Se houvesse alguma pichação na época, logo eles tratavam de arrumar. Hoje, caiu no esquecimento. A Prefeitura deveria fazer a parte dela”, lamenta. Já o pedreiro Francisco Carlos Bezerra, 59, acredita que o novo empreendimento vai trazer empregos para os moradores da região.

Segundo o arquiteto, professor e cronista do O POVO Romeu Duarte, o prédio é um exemplo do “embate” entre o avanço da especulação imobiliária e a preservação do patrimônio cultural. Para ele, é preciso definir políticas para que a sociedade discuta a importância desses espaços. “É um conjunto de informações sobre os valores culturais materiais e imateriais da edificação e do seu entorno que determinará a pertinência ou não de sua proteção”, afirma.

Fonte: O Povo